XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Perfil Epidemiológico e Resposta Terapêutica de 593 pacientes com Hepatite Crônica C Tratados com as Novas Drogas de Ação Direta em Hospital terciário em Fortaleza-CE

Introdução

A Hepatite C, importante causa de cirrose e de transplante hepático, afeta cerca de 71 milhões de pessoas (1% da população), com cerca de 700 mil (0,7%) infectados no Brasil. O tratamento com os novos antivirais de ação direta (DAA) modificou a história natural.

Objetivo

Avaliar o perfil epidemiológico e resposta virológica sustentada (RVS) dos pacientes tratados em um hospital terciário de Fortaleza-CE.

Método

Estudo descritivo, transversal, que analisou dados de 593 pacientes com hepatite C crônica acompanhados nos serviços de Transplante hepático (TxH), Infectologia e Gastroenterologia (G), realizaram tratamento no período novembro/2015 a julho/2021. Variáveis avaliadas: idade, sexo, genótipo, presença de tratamento prévio, medicações, tempo de tratamento e RVS ao final de 12 semanas. Realizada análise descritiva e estatística dos dados. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico JAMOVI e Microsoft Excel 2016. Adotou-se um nível de significância de 5%. As variáveis categóricas os dados foram expostos em frequência. Na análise das características dos participantes utilizou-se o teste t de Student, verificada a aderência dos dados à distribuição gaussiana. Na investigação de associação entre as variáveis categóricas utilizou-se o teste de qui-quadrado de Pearson.

Resultados

Dos 593 pacientes com hepatite C, a média de idade foi de 57 anos (DP ± 11,2), sendo 63,7% do sexo masculino, com 49,9% dos casos sendo acompanhados na Gastroenterologia. A proporção dos genótipos foi de 72,1% para o G1, 23,5% para o G3 e 2,8% para o G2. Tratamento prévio, 77,91% realizava o primeiro tratamento. Já entre os experimentados, 63% era acompanhado no serviço de TxH (p< 0,001). Observado que 30% dos pacientes foram tratados com sofosbuvir e daclatasvir, 31% com associação de ribavirina a estas drogas e 15,6% com esquemas sugeridos no último Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções de 2019 (PCDT). A duração do tratamento variou 8 (1,18%), 12 (89,21%) e 24 (9,61%) semanas, sem diferença entre os grupos. Após início do tratamento a RVS em 12 semanas foi de 95%, sem resposta em 4% e óbitos em 1%, sem diferença estatística entre os grupos.

Conclusão

Predomínio do G1, a RVS com os novos DAA ocorreu em mais de 90% dos pacientes. Observa-se a importância do processo dinâmico de atualização terapêutica, com maiores taxas de RVS e possível impacto na ocorrência de complicações relacionadas a doença.

Palavras-Chave

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Maria Carolina Nunes Albano de Meneses, Fabrízio Gondim Gurgel Ramalho Lima, Ana Larisse Veras Bezerra, Crislene Santos de Oliveira Brasil, Ingrid de Almeida Costa, Paulo Eduardo Uchôa Alencar, José Milton de Castro Lima, Andréia de Cassia Brasileiro Rios Gomes, Marcelo de Castro Lima, Rodrigo Vieira Costa Lima, Carlos Eduardo Pereira Lima, Valeska Queiroz de Castro, Elodie Bomfim Hyppolito, Karla Brandão Pereira, Danni Wanderson Nobre Chagas, Antônio Brazil Viana Júnior