XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PNEUMONIA ASPIRATIVA POR ESOFAGITE HERPÉTICA: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente masculino, 86 anos, hipertenso, tabagista e com histórico de epilepsia, apresentando episódios de tosse e engasgos recorrentes, interna por pneumonia aspirativa, com necessidade de intubação orotraqueal. Endoscopia digestiva alta para passagem de sonda nasoenteral sem sucesso devido grande quantidade de resíduos alimentares sólidos desde o esôfago médio. Tomografia computadorizada de tórax com opacidades consolidativas e espessamento parietal circunferencial em terço distal do esôfago. Devido achados e longo período em ventilação mecânica, realizada jejunostomia como via alimentar. Após extubação e melhora clínica, realizada nova endoscopia com pelo menos três úlceras em terço distal do esôfago - anatomopatológico compatível com esofagite herpética.

Discussão

A esofagite por herpes foi descrita pela primeira vez em 1940, sendo geralmente causada pelo herpes vírus tipo 1. Usualmente ocorre como reativação do vírus adquirido na infância, que se se dissemina na mucosa esofágica em pacientes com comprometimento do sistema imunológico. A predominância do sexo masculino sobre o feminino é de 2,3-4,8 vezes.
As queixas mais comuns são disfagia e odinofagia, porém outros sintomas como tosse, febre e dor torácica também podem ser relatados. O diagnóstico é endoscópico e histopatológico. Os segmentos esofágicos mais acometidos são terços médio e distal. O aspecto endoscópico característico inclui múltiplas pequenas úlceras arredondadas, com bordos elevados e com exsudato fibrinoso no fundo. Já os achados histológicos das biópsias direcionadas para as bordas da úlcera incluem: células gigantes multinucleadas, corpos de inclusão intranuclear tipo A de Cowdry, com núcleos em vidro fosco e degeneração dos núcleos das células epiteliais.
A esofagite por herpes usualmente é autolimitada em indivíduos imunocompetentes, durando cerca de 7-14 dias, sendo o tratamento raramente necessário, apesar de poder abreviar o tempo total de sintomas. Já para os imunocomprometidos, devido maior risco de complicações, é recomendado o uso de aciclovir, famiciclovir ou valaciclovir.

Comentários finais

A esofagite por herpes manifesta-se principalmente como odinofagia e disfagia, possuindo diagnóstico endoscópico e histopatológico. Relatou-se caso de paciente idoso com histórico de tosse e engasgos recorrentes evoluindo com episódio de pneumonia aspirativa e posterior diagnóstico de esofagite herpética.

Palavras-Chave

Esofagite herpética, herpes, disfagia, broncoaspiração

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Patricia Paraboni Bersaghi, Andreza Gauterio Cavalcanti, Carla Bortolin Fonseca, Renata Sehbe Fedrizzi, Fernando Sehbe Fichtner, Gabriela de Moura Hining, Gustavo Paraboni Bersaghi, Bruno Meneghel Bersaghi