Dados do Trabalho

Título

Lise de bridas por videolaparoscopia na obstrução intestinal em obesa mórbida dermolipectomizada

Resumo

Introdução: A abordagem por videolaparoscopia (VL) da obstrução do intestino delgado tem sido bastante limitada e alvo de numerosas críticas, mas a experiência com o método, têm permitido tratar cada vez mais pacientes obstruídos por VL em casos selecionados. Considerada por alguns uma contraindicação absoluta para a VL (risco de lesões entéricas iatrogênicas, dificuldade de localização do ponto de obstrução pela distensão intestinal e dificuldade de manusear alça intestinal frágeis e com distensão), está sendo cada vez mais empregada e alguns cirurgiões a consideram uma contraindicação relativa nas obstruções intestinais intermitentes ou recorrentes e contribui para precisar a localização, a causa, e o tipo de obstrução, além de estimar a viabilidade da alça intestinal.
Apesar de associada a menor permanência hospitalar e menor morbidade, a pouca motivação para utilização do método é devido ao risco de perfurações intestinais acidentais e impossibilidade de visualizar ou abordar com sucesso o ponto de obstrução. A introdução do primeiro trocarte sob visão ótica depois da instalação do pneumoperitoneo pelo acesso de Palmer acrescenta maior segurança. Da mesma forma, os avanços técnicos, tais como bisturi harmônico, acrescentam segurança e confiança ao uso do método VL.
Objetivo: Apresentar vídeo de lise de brida por VL em obesa mórbida, hipertensa, 90 anos, com volumosa hérnia umbilical encarcerada e antecedentes de histerectomia total, apendicectomia e dermolipectomia abdominal, internada com vômitos amarelados, dor no flanco e fossa ilíaca direita, distensão abdominal, parada de evacuação e de eliminação de gases. Tomografia abdominal mostrou distensão de delgado com níveis hidroaéreos. Após tentativa de tratamento clínico conservador, com sondagem nasogástrica, reposição hidroeletrolítica e hidratação venosa, houve melhora clínica por três dias. Voltou a apresentar vômitos fecaloides, dor e distensão abdominal após ingesta líquida. Reavaliamos com radiografia simples de abdome que mostrou níveis hidroaéreos e ausência de gás no reto configurando obstrução intestinal. Indicamos e realizamos uma videolaparoscopia com lise de brida por VL e herniorrafia umbilical.
Conclusão: O tratamento VL da obstrução intestinal oferece nítidos benefícios e se apresenta viável quando empregado por equipes experientes e em casos selecionados, com finalidades diagnósticas ou terapêuticas.

Palavras-Chave

Lise de bridas. Videolaparoscopia. Obstrução intestinal. Obesa mórbida