Dados do Trabalho
Título
ACHADOS ENDOSCÓPICOS DA ESQUISTOMOSSOMOSE INTESTINAL: RELATO DE 5 CASOS
Introdução
A esquistossomose intestinal é uma doença infectoparasitária causada pelo Schistosoma mansoni, sendo endêmica em algumas regiões brasileiras. Ela ocorre devido à deposição de ovos do Schistosoma na submucosa do intestino, sobretudo, o cólon, que produzirá uma resposta inflamatória com formação de granulomas. O aprisionamento dos ovos causará uma reação de corpo estranho com inflamação progressiva e fibrose. A mucosa tende a adquirir uma aparência nodular, de coloração amarelada, e apresentar pólipos; além disso, ela pode erodir, formando pequenas úlceras superficiais. A maioria das pessoas infectadas será assintomática por muitos anos. Em sua forma aguda, as manifestações clínicas incluem febre, dor abdominal, diarreia e hematoquezia, com achados de hiperemia e edema na colonoscopia. Em sua forma crônica, os pacientes podem cursar com obstrução intestinal, intussuscepção ou massa abdominal, sendo os nódulos amarelados, semelhantes aos da colite pseudomembranosa, os achados mais característico da colonoscopia. Na histologia, infiltrado de células mononucleares, eosinófilos e, menos comumente, neutrófilos podem ser visualizados. Ovos viáveis e não viáveis estão presentes em todos os pólipos. A detecção de ovos em fragmentos de biópsias retais e intestinais confirma o diagnóstico de esquistossomose. O tratamento é realizado utilizando o praziquantel.
Objetivo
O objetivo deste estudo é avaliar os principais achados endoscópicos em pacientes diagnosticados com esquistossomose intestinal.
Método
Estudo retrospectivo sobre as lesões encontradas em colonoscopias de pacientes com esquistossomose intestinal num hospital quaternário de Salvador-BA.
Resultados
Foram avaliados 5 pacientes, todos do sexo feminino, com média de idade de 40,4 anos. Entre os sintomas apresentados, 40% tinham diarreia e 20% tinham hematoquezia. O reto foi o local mais comumente acometido, em 75% dos casos com lesões endoscópicas visíveis, seguido do cólon descendente, no qual apresentava lesões visíveis em 50% desses casos. Não foram encontradas lesões endoscópicas em íleo terminal e cólon ascendente. Formações nodulares, com superfície íntegra e discretamente amareladas estavam presentes em metade dos pacientes. A presença de pólipo colônico foi detectada apenas em 1 paciente.
Conclusão
A esquistossomose intestinal é endêmica em algumas regiões brasileiras e deve ser lembrada no diagnóstico diferencial das lesões endoscópicas vistas na colonoscopia. Lesões suspeitas devem ser biopsiadas para estudo anatomopatológico.
Palavras-Chave
Esquistossomose intestinal, Schistosoma mansoni, colonoscopia, endoscopia, pólipos colônicos, colite.
Área
Endoscopia - Colonoscopia
Autores
Mariana Alves Nascimento, Sandra Sousa Santos Figueiredo, Nonato Cury-Rad Santos Júnior, Larissa Béa Mache Teixeira Cardoso, Priscilla de Oliveira Rocha, André Castro Lyra, Jaciane Araújo Mota Fontes, Rosicreusa Marback de Souza, Lourianne Nascimento Cavalcante, Sylon Ribeiro de Britto Júnior, Andréa Maia Pimentel, Victor Rossi Barros, Suzana Silva Leal, Maysa Alves Machado, Vanessa Teixeira Martins Campos, Mariama Alves Dantas Fagundes