XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Dissecção endoscópica submucosa: Uma série de casos.

Introdução

O amplo uso da endoscopia levou a um aumento no diagnóstico de lesões de crescimento lateral (LST), pré- neoplásicas e neoplasias precoces, do aparelho digestivo.
A ressecção endoscópica em bloco dessas lesões melhora a acurácia da avaliação histológica e tem potencial curativo para neoplasias com pouca ou nenhuma invasão da submucosa.
A Dissecção Submucosa Endoscópica (ESD) permite a remoção em bloco de lesões mais extensas, principalmente aquelas maiores do que 20 mm.
Neste artigo foi feito uma revisão dos casos de ESD realizados em nosso serviço de dezembro/2017 a junho/2021.

Objetivo

Analisar taxas de ressecabilidade, margens livres de lesão e complicações de ESD.

Método

Para este trabalho foi utilzado a metodologia de análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes submetidos a ESD no periodo de dezembro/ 2017 a junho/ 2021.
Verificados o local, o tipo de lesão, tamanho, tempo de procedimento, anatomopatológico, lesões removidas em monobloco e taxas de complicação.

Resultados

Foram avaliados 86 pacientes, dentre os quais 26 (30,2%) eram do sexo masculino e 60 (69,7%) eram do sexo feminino. Lesões apresentavam tamanho mínimo de 6mm em seu maior eixo, e máximo de 130mm.
O cólon foi o local mais frequente com 64 (74,4%) pacientes, seguido pelo estômago 14 (15,1%) duodeno 6 (6,9%) e esôfago 2 (2,3).
Os subtipos mais comuns de LST foram o granular homogêneo (38,3%), seguido do não granular (31,3%), lesões subepiteliais (11,6%) e nodular misto (10,4%).
Foi possível a ressecção em bloco em 88,3% das lesões, em 9,3% as ressecções foram em fragmentos e 3,4% não foi possível a ressecção endoscópica. Um (1,1%) paciente não terminou procedimento por fibrose submucosa e dificuldade na progressão da dissecção.
Foi utilizada hemostasia térmica em 48 (55,8%), mecânica em 21(24,4%) e ambas em 16 (18,6%) pacientes. Nenhum paciente precisou de reabordagem para hemostasia.
Dois pacientes apresentaram quadro compatível com perfuração no primeiro pós operatório , foram submetidos a cirurgia e evoluíram sem outras intercorrências.
À histologia 20 pacientes (23,2%) apresentaram adenoma com displasia de alto grau e 17 (19,7%) adenocarcinoma, 4 (4,6%) tumor neuroendocrino, 45 (52,5%) outros tipos de lesão . Um destes apresentou margens profundas comprometidas, nos demais as margens estavam livres.
O tempo médio de duração :foi de 2 horas e 19 minutos.

Conclusão

A ESD é um procedimento eficaz e seguro para ressecções em bloco de lesões pré- neoplásicas ou neoplásicas precoces, principalmente para as maiores que 20 mm.

Palavras-Chave

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Sergio Ricardo Spinosa, Gilberto Ivanaga Neto, Felipe Bays Favareto, Lucas Deniz Kemp, Matheus Santos