Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE CÂNCER DE CÓLON E RETO NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE ENTRE 2014 E 2019
Introdução
O câncer colorretal é o segundo câncer de maior incidência em homens e mulheres no Brasil. Como fatores de risco associados, incluem-se aqueles relacionados ao estilo de vida, que variam com as condições socioeconômicas, como a alimentação pobre em fibras. Apesar de as regiões Norte e Nordeste não apresentarem os melhores indicadores socioeconômicos, elas possuem menor prevalência dos fatores de risco citados. Segundo a estimativa do Inca para o triênio 2020-2022, nas regiões supracitadas, o câncer colorretal é o quarto mais incidente para os homens e, para as mulheres, é o terceiro de maior incidência.
Objetivo
Comparar as projeções do Instituto Nacional do Câncer com os registros epidemiológicos dos casos de câncer de cólon e reto referentes às regiões Norte e Nordeste entre 2014 e 2019.
Método
Estudo epidemiológico descritivo, a partir de dados obtidos do “Relatório do Intervalo Entre Diagnóstico e Início do Tratamento do Câncer no SUS”, com informações do PAINEL-Oncologia, e das estimativas bienais da “Incidência do Câncer no Brasil”, ambos disponibilizados pelo Inca. Foram avaliados os dados relativos à distribuição dos casos de câncer de cólon e reto segundo a região de residência, de 2014 a 2019.
Resultados
Apesar da projeção do Inca para ocorrência de 23.250 casos de câncer colorretal no período de 2014 a 2019 nas regiões Norte e Nordeste, notificaram-se apenas 20.955, cerca de 90% do estimado. Era esperado que a região Norte respondesse por 18,6% (4.320) dos casos nesse período, porém ela correspondeu a 15,32% (3.210) do total. Esperava-se que a região Nordeste notificasse 81,40% (18.930) dos casos, porém, notificou 84,68% (17.745) dos cânceres de cólon e reto no período analisado. Analisando-se individualmente as projeções produzidas pelo INCA entre 2014 e 2019 para ambas as regiões, a que apresentou maior discrepância com o registro prático foi a do biênio 2016/2017, na qual a razão entre casos notificados e esperados para a região Nordeste evidenciou um número de notificações 14,46% menor do que o previsto (uma diferença de 905 casos). Enquanto isso, a região Norte observou apenas 65,80% dos casos esperados (uma diferença de 489 casos).
Conclusão
No período de 2014 a 2019, o número de notificações de casos de câncer colorretal nas regiões Norte e Nordeste apresentou, de modo geral, uma redução considerável em relação às projeções do Inca. Evidenciou-se ainda que as notificações da região Norte apresentaram uma redução mais notável que as da região Nordeste.
Palavras-Chave
Câncer Colorretal, Epidemiologia Descritiva, Incidência
Área
Gastroenterologia - Intestino
Autores
Luís Eduardo Matoso Vieira, David Barbosa Duarte Vidal, Pedro Lucas Grangeiro de Sá Barreto Lima, Gabriela Silva Holanda, Matheus Marques Ribeiro, Isabela Caldas Borges, Elisa Tavares Diogo de Siqueira, Davi Viana de Oliveira, Milena Melgaço Melo, Levi Costa Carioca, Yves Ramos Costa Beviláqua, Carlos Vinícius Pereira de Souza, Thiago de Sousa Rodrigues, Pedro Vinícius Nogueira da Silva, Sophia Costa Vasconcelos