Dados do Trabalho
Título
Adenocarcinoma Primário de Duodeno em Paciente Jovem.
Apresentação do Caso
Paciente sexo feminino, 25 anos, com queixa clínica de dor em andar superior do abdome, fezes escurecidas e icterícia progressiva de início há três meses. Ao exame físico: paciente apresenta-se ictérica (3+/4+), com mucosas hipocoradas (2+/4+), abdome flácido, doloroso à palpação em quadrante superior direito, hepatomegalia estendendo-se até 10 cm do rebordo costal direito, edema de membros inferiores simétrico (2+/4+). Seguimento da investigação clínica com exames: endoscopia digestiva alta mostrou lesão vegetante avançada da papila duodenal, estendendo-se para parede duodenal com sangramento ativo; ressonância de abdome e colangiorressonância evidenciaram lesão expansiva de caráter neoplásico (7,6 x 5,4 x 5,5 cm) acometendo duodeno com invasão de papila duodenal e colédoco distal, além de cabeça do pâncreas, desencadeando dilatação de vias biliares intra e extra-hepáticas; evidenciou-se ainda lesões em parênquima hepático com conteúdo líquido sugestivas de abscesso, além de esplenomegalia homogênea e colelitíase; colonoscopia: presença de resíduo hemático em todo cólon e íleo terminal, sem evidência de lesões em colón ou íleo terminal. Após suporte nutricional com terapia de nutrição oral e transfusão de hemoderivados, a paciente foi submetida a gastroduodenopacreatectomia laparotômica com reconstrução em Y de Roux, tendo como resultado histológico da lesão duodenal: adenocarcinoma bem diferenciado com margens cirúrgicas livres, sem invasão angiolinfática ou neural, linfonodos livres de doença. No pós operatório apresentou gastroparesia e dificuldade de aceitação da dieta por via oral, sendo realizado tratamento com pro cinéticos, com resolução dos sintomas, e alta hospitalar.
Discussão
Os carcinomas de intestino delgado são raros, representando 0,35% dos tumores gastrointestinais, tendo como principal sítio o duodeno, sendo a maioria periampular. O quadro clínico relaciona-se a localização do tumor e a natureza da lesão neoplásica. A taxa de sobrevivência em cinco anos com tumor extirpado com intenção curativa é de 50%. A ressecção pancreática e duodenal está associada aos melhores índices prognósticos.
Comentários finais
O adenocarcinoma primário de duodeno é raro podendo apresentar-se clinicamente com hemorragia digestiva e síndrome colestática. Seu diagnóstico dá-se pela evidência da lesão em exames de imagem e endoscópico sendo confirmado pelo estudo histológico da lesão, cujo tratamento padrão ouro é a exérese cirúrgica do tumor associada à linfadenectomia.
Palavras-Chave
Adenocarcinoma de Duodeno; Neoplasia; Whipple
Área
Cirurgia - Intestinos
Autores
Auriane de Sousa Alencar, Carlos Alberto Rosado da Silva Filho, Daniel de Alencar Macedo Dutra, Luis Gustavo Cavalcante Reinaldo, Raimundo Acássio de Andrade Júnior, Maria de Fátima de Brito Coutinho Nogueira Lima, Camila Botelho Campelo Leite, Ilana de Meneses Silva, Tarso Buaiz Pereira Martins, Virgínia Portela Cardoso, Julciele Cicera da Silva, Francisco Karlos Leal Gomes