XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM ENDOSCÓPICA EM UM CASO DE INSULINOMA PANCREÁTICO.

Resumo

RELATO DO CASO: F.A.C, 20 anos, masculino, hígido com história de hipoglicemias há um ano. Submetido a duodenopancreatectomia cefálica há seis meses, devido suspeita de insulinoma, porém exame anatomopatológico (AP) da peça cirúrgica não identificou lesão. Exames anteriores sugeriam insulinoma, entretanto DOTA PET-TC sem achados. Paciente manteve hipoglicemias diárias e sintomáticas após procedimento, quando foi encaminhado para serviço atual. Submetido a Ecoendoscopia (ECOEDA) com punção que identificou no corpo do pâncreas, lesão sólida, hipoecogênica, de 13x17 mm. Ressonância magnética (RM) confirmou o achado. O paciente foi submetido a nodulectomia pancreática com AP compatível com neoplasia endócrina bem diferenciada - Insulinoma. No pós-operatório imediato, já sem episódios de hipoglicemia, dosagem de amilase do dreno aumentada sugeriu fístula pancreática, além de RM com área de descontinuidade do parênquima pancreático com coleção associada. Realizada CPRE que evidenciou extravasamento de contraste ao nível da transição corpo/cauda pancreáticos, sendo posicionada uma prótese plástica pancreática. O paciente recebeu alta com dreno abdominal, que foi retirado em sete dias. Retornou ao serviço de endoscopia para tração de prótese após 4 semanas. DISCUSSÃO: O insulinoma é um dos principais tumores neuroendócrinos pancreáticos, responsável por liberação de insulina e sintomas relacionados ao excesso deste hormônio, como: cefaleia, letargia, tonteira, diplopia e amnésia. A liberação de catecolaminas causa tremores, sudorese e palpitações. O diagnóstico pode ser realizado pela presença de hipoglicemia após 72h de jejum, dosagem de insulina, pró-insulina e peptídeo C, além de testes de provocação com gluconato de cálcio. A identificação do tumor pode ocorrer por exames de imagem ou por testes invasivos como ECOEDA, Ultrassom intraoperatório ou estimulação seletiva arterial. São localizados igualmente na cabeça, corpo e cauda do pâncreas. A enucleação da lesão é o tratamento de escolha. COMENTÁRIOS: A abordagem sugerida quando a lesão não é encontrada é a pancreatectomia corpo-caudal, pois 2/3 dos tumores são encontrados nessa topografia. Neste caso, o auxílio endoscópico foi imprescindível. Após estudo com ECOEDA, método minimamente invasivo e com altas taxas de acurácia, o nódulo pôde ser encontrado e enucleado com preservação do parênquima pancreático, enquanto a CPRE foi essencial no tratamento da fístula pancreática, garantindo evolução favorável ao caso.

Palavras-Chave

Insulinoma; Endoscopia; Ecoendoscopia; CPRE; Duodenopancreatectomia cefálica; Enucelação; Fístula pancreática

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Anna Cecília Santana do Amaral, Elaine Jéssica Laranjeira Lima, Felipe Alves Retes, Luís Fernando Carneiro Vilaboim, Marcelo de Medeiros Chaves França, Marcelo Dias Sanches, Thaís Rocha de Sena, Vitor Nunes Arantes