XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

MELANOMA DE CANAL ANAL E ADENOCARCINOMA INTRAMUCOSO DE SIGMOIDE SINCRÔNICOS: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente M.J.B.B, 78 anos, procurou nosso serviço com queixa de hematoquezia e nodulação anal. Realizado exame proctológico, e na anuscopia foi identificada lesão polipoide hipercrômica ulcerada de canal anal medindo cerca de 3 cm, a 2 cm da borda anal. Realizada colonoscopia que identificou apenas doença diverticular dos cólons, e classificou a lesão como papila hipertrófica de canal anal, não sendo possível a ressecção por via endoscópica. A paciente foi então submetida a ressecção com excisão completa da lesão do canal anal, sem intercorrências, em janeiro de 2019. Os exames de anatomo-patológico e imuno-histoquímica confirmaram o diagnóstico de melanoma maligno de mucosa com 3,5cm infltrando até submucosa; Breslow 3,6mm; 8 mitoses, ulceração presente; satélites microscópicos presente. A peça foi ressecada com margens livres. Durante o seguimento e estadiamento foram realizados: Ressonância Magnética de pelve, Tomografia de abdome e tórax e Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET-TC). Neste último exame foi identificada área focal de aumento do metabolismo glicolítico em grau acentuado e provável espessamento na transição de retossigmoide. Realizada nova colonoscopia, um mês após a cirurgia, na qual foi identificado e retirado um pólipo de cólon sigmóide. O anátomo-patológico confirmou se tratar de um adenocarcinoma intramucoso, ressecado com margens livres. Na ocasião foi discutido o caso com a equipe de oncologia, que sugeriu biopsia de linfonodo sentinela e amputação abdomino perineal depender dos achados, porém paciente optou não operar, e manter acompanhamento clínico. Há 2 anos em seguimento e sem recidivas locais ou metastases.

Discussão

O melanoma de canal anal é um câncer raro de mucosa e agressivo. É o terceiro sítio mais comum. Sua prevalência é maior em caucasianos entre 60 e 70 anos. A doença surge através dos melanócitos presentes na transição anorretal e tende a se infiltrar na submucosa, como visualizado no caso citado. A apresentação se dá por sintomas inespecíficos, desde sangramento, dor anal, até mesmo prolapso de massa, o que dificulta o diagnóstico correto. Tal quadro pode ser confundido com doença hemorroidária. Exames como tomografia (TC) e ressonância magnética (RNM) são realizados para melhor entendimento sobre extensão da lesão, porém o diagnóstico definitivo é feito a partir da histopatologia e imuno-histoquímica.

Comentários finais

O caso descrito mostra uma evolução favorável, de paciente que foi diagnosticada em fase precoce da doença.

Palavras-Chave

melanoma de canal anal, tumor sincronico, melanoma

Área

Cirurgia - Cólon

Autores

Elis Rocha Ribeiro Xavier, MYLLENE DIAS DE SOUZA, SAMUEL MACHADO DA SILVA, LAIS GOMES FERREIRA ROSA, AMANDA SILVA VASCONCELOS