Dados do Trabalho

Título

Aspectos epidemiológicos, indicações e desfechos de gastrostomias endoscópicas de pacientes do Hospital Geral de Goiânia.

Introdução

A gastrostomia endoscópica percutânea (GEP) foi realizada pela primeira vez, com sucesso, em 1979 pelo Dr. Gauderer et. al e por sua praticidade se tornou o principal suporte de cuidados nutricionais para pacientes com disfunção da deglutição. Em comparação com a alimentação por via sonda nasoentérica, o uso da GEP diminui a incidência de complicações.

Objetivo

No cenário de Goiás, há uma escassez de estudos que avaliem o perfil epidemiológico destes pacientes, desta forma o desenho deste perfil, permite-se que sejam feitas intervenções efetivas na assistência á saúde deste público, resultando em melhor qualidade de vida para o paciente.

Método

Trata-se de um estudo analítico transversal com coleta de dados em prontuários de pacientes submetidos à confecção de gastrostomia endoscópica percutânea em 2015 – 2019, no serviço de Gastroenterologia e Endoscopia do Hospital Geral de Goiânia, sendo excluídos os indivíduos menores que 18 anos e os que fizeram como primeiro procedimento, a troca da sonda. Foram avaliadas as variáveis como: gênero, faixa etária, indicação da gastrostomia, complicações e desfecho clínico e apresentadas em tabelas e gráficos.

Resultados

No período a GEP foi realizada em 172 pacientes, foram excluídos 2 (1,16%) por serem menores que 18 anos. Os 170 (98,8%) restantes compuseram nossa população de estudo. A maioria foram do gênero masculino (52,9%), na faixa etária dos 80 – 89 anos, as doenças cerebrovasculares, dentre elas o acidente vascular encefálico, foram as patologias que acometiam 42,9% dos pacientes, 64.1% estavam em cuidados paliativos, 4,7% apresentaram alguma complicação da GEP e a alta hospitalar foi o desfecho clínico de 74,7% dos pacientes.

Conclusão

É de extrema importância reconhecer em nosso serviço o perfil do paciente submetido a GEP, afinal devemos questionar os benefícios de submetê-lo a um procedimento endoscópico invasivo, considerando prognóstico reservado e possibilidade do paciente manter uma via de nutrição alternativa e temporária como a SNE. Neste caso, a avaliação em conjunto com a esfera dos cuidados paliativos, abordagem esta que valoriza a história natural da doença, a história pessoal de vida e as reações fisiológicas, emocionais e culturais dos pacientes e familiares diante do adoecer, possibilita um olhar individualizado, levando em consideração os fatores clínicos, biopsicossociais e com objetivo final, melhora da qualidade de vida do paciente.

Palavras-Chave

Gastrostomia endoscópica, Endoscopia digestiva alta, complicações