XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Lise Tumoral em Paciente com Neoplasia Pouco Diferenciada de Pâncreas

Apresentação do Caso

Paciente masculino, 49 anos, tabagista e ex-etilista, admitido por epigastralgia e vômitos pós-prandiais associado a perda ponderal de 13Kg em 3 meses. Apresentava-se em regular estado geral, emagrecido, com abdome doloroso à palpação de quadrantes superiores com massa palpável em epigástrio e hipocôndrio direito. A TC de abdome evidenciou importante distensão gástrica e massa infiltrativa em retroperitônio com extenso comprometimento de duodeno resultando em suboclusão, sendo então submetido a endoscopia digestiva alta para passagem de sonda nasoenteral. A complementação radiológica com RNM identificou grande lesão sólida infiltrativa de limites imprecisos, realce heterogêneo pelo contraste e acentuada restrição à difusão, centrada no retroperitônio em face lateral da cabeça do pâncreas, infiltrando a segunda porção do duodeno, determinando obstrução do mesmo com dilatação gástrica, assim como obliteração dos planos anatômicos entre o duodeno, ângulo hepático do cólon e a vesícula biliar, além de compressão e perda dos planos de clivagem com a veia cava inferior e extensão para o hilo hepático. Os marcadores tumorais evidenciaram CA 19.9 14282,8 e CEA 2,26, sendo optado por realizar biópsia guiada por USG, que, porém, mostrou apenas neoplasia maligna pouco diferenciada. Diante do conjunto de achados, foi diagnosticado com TU de cabeça pâncreas avançado e submetido então a jejunostomia paliativa. Em seguimento pós-operatório evoluiu com hiperfosfatemia, hipocalcemia, hiperuricemia, hipercalemia, além de lesão renal aguda, disfunção cardíaca e rebaixamento do nível de consciência, sendo diagnosticado com síndrome de lise tumoral. Após compensação inicial, foi optado por medidas de conforto, evoluindo assim para óbito após dois dias.

Discussão

A síndrome de lise tumoral (SLT) configura um quadro emergencial e potencialmente grave, desencadeada por citólise maciça com material intracelular na circulação. Compreende distúrbios hidroeletrolíticos responsáveis por lesões em múltiplos órgãos alvo, sendo mais observada em pacientes com doenças hematológicas malignas, no entanto, pode estar presente em outros tumores sólidos como o de mama ou de pulmão.

Comentários finais

No caso relatado, vimos um paciente com tumor de cabeça de pâncreas, o qual não configura uma neoplasia frequentemente associada com essa síndrome. Desse modo, mesmo diante de neoplasias sem uma clara relação com SLT, é preciso se atentar ao diagnóstico frente a alterações metabólicas pela sua progressão potencialmente fatal.

Palavras-Chave

NEOPLASIA DE PANCREAS, SD DE LISE TUMORAL

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

LARISSA MACHADO E SILVA GOMIDE, JULIANNA STORACE DE CARVALHO AROUCA, EMANUELLA ROBERTA INA CIRINO, DUNIA VERONA, ISABELLA CORREA DE OLIVEIRA, LUCAS DA SILVA WOLLF, IGOR RAPHAEL MATIAS VALEJO, ALAN JUNIOR DE AGUIAR, JULIO CEZAR UILI COELHO