Dados do Trabalho

Título

INFARTO DE OMENTO APÓS INFECÇÃO POR SARS-COV-2: ABORDAGEM VIDEOLAPAROSCÓPICA

Apresentação do Caso

Paciente sexo masculino, M.M.C.R., 33 anos, no segundo mês após tratamento para SARS-COV-2 não complicado, iniciou quadro de dor abdominal não migratória, predominante em fossa ilíaca direita, sem febre, com náuseas e inapetência. Trazia consigo exames laboratoriais que revelavam leucocitose de 15.200 com desvio à esquerda (7% de bastões). Ao exame físico: paciente consciente, orientado em tempo e espaço, anictérico, acianótico, normocorado, com murmúrios vesiculares presentes bilateralmente, sem ruídos adventícios, bulhas cardíacas normofonéticas, ritmo regular em dois tempos, sem sopros, abdômen plano, flácido, doloroso à palpação superficial e profunda principalmente em fossa ilíaca direita, sinal de Blumberg e de Cullen presentes. Aventada hipótese diagnostica de apendicite aguda pois pontuava 8 no Score de Alvarado, porém, com a presença do sinal de Cullen, a hipótese de apendicite aguda não foi dada como diagnostico final. Optou-se por complementar investigação com tomografia de abdômen, que apresentou imagem sugestiva de infarto de omento. Foi indicada abordagem videolaparoscópica, com retirada da peça isquêmica. Paciente evoluiu com significativa melhora clinica e alta hospitalar após 72 horas.

Discussão

O infarto de omento maior, caracteriza-se pelo comprometimento vascular do órgão, que resulte em complicações como isquemia, necrose, peritonite e sepse. No entanto, visto que a apresentação clinica dessa condição simule outras situações mais frequentes de abdômen agudo, o presente trabalho busca descrever o diagnóstico e manejo desta rara enfermidade por meio da abordagem videolaparoscópica.

Comentários finais

O infarto de omental trata-se de um quadro de diagnostico raro, com clínica inespecífica, podendo simular outras causas de abdômen agudo inflamatório, como a apendicite. Dessa forma, faz-se necessário análise detalhada da clínica e métodos de imagem, na busca por este diagnóstico diferencial e um melhor direcionamento numa possível abordagem cirúrgica. Tendo em vista a característica pró-coagulante do SARS-COV-2, não descarta-se a possibilidade de ser uma complicação tardia desta doença.

Palavras-Chave

COVID-19; SARS-COV-2; INFARTO OMENTAL; INFARTO DE OMENTO; ABDOME AGUDO