XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Prevalência e mortalidade das doenças pancreáticas internadas no sistema público brasileiro

Introdução

Pancreatite aguda é uma das doenças gastrointestinais mais frequentes nas internações hospitalares no Brasil. O risco e etiologia da pancreatite variam com a idade, sexo e raça.

Objetivo

Analisar prevalência de internação, número de óbitos e taxa de mortalidade relacionada às doenças do pâncreas, nas regiões brasileiras, através de dados do Sistema Único de Saúde.

Método

Avaliar os dados de internação de doenças pancreáticas no Brasil através de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do TABNET, e da Estimativa Populacional anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram avaliados número de internações, média de permanência hospitalar, número de óbitos e taxa de mortalidade entre 2008 e 2020. Para avaliação de prevalência utilizou-se a Estimativa Populacional anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para os cálculos estatísticos, foi utilizado o Microsoft Excel e SPSS 21.0.

Resultados

Foram registradas 376.168 internações de doenças do pâncreas entre 2008 e 2020 no Brasil. A média anual foi de 28.804 internações e um crescimento anual médio de 3%. A maior parte ocorreu em indivíduos na idade adulta, entre 20 e 64 anos, com 284.222 (75%) casos, e em homens, com 209.605 (55,7%) casos. O maior número ocorreu na região Sudeste com 197.125, seguida pela região Sul com 70.864. Com uma média de 1561 óbitos por ano por doenças pancreáticas, o maior número de óbitos foi entre as pessoas com mais de 65 anos e maior em homens (5,8 óbitos a cada 100 internações de homens e 4,9 óbitos a cada 100 internações nas mulheres). A porcentagem de óbitos dos internados, em todas as regiões brasileiras é muito próximo da média nacional (5%), com exceção da Região Norte (6%) que é discretamente maior. A prevalência das internações das doenças pancreáticas na região Sul, no ano de 2020, foi de 24,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, a maior do Brasil. No Sudeste a prevalência foi de 18,9 casos a cada 100 mil habitantes, similar a da região Centro-Oeste, com 17,3 casos por 100 mil habitantes. Tanto a região Norte e Nordeste tiveram 10,8 e 10,9 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.

Conclusão

Pancreatite aguda e outras doenças do pâncreas são doenças negligenciadas, com alta frequência nas urgências e nas internações hospitalares, com mortalidade hospitalar atual de cerca de 5%, que pode ser modificada se houver reconhecimento precoce e estabelecimento de conduta adequada.

Palavras-Chave

Pancreatite Aguda, Doenças Pancreáticas, Prevalência, SUS

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

Carla Almeida Rodolfo, Paulo Vitor Sant'Anna da Cruz, Maria Penha Zago-Gomes