Dados do Trabalho

Título

Correlação entre calprotectina fecal e colonoscopia na avaliação do tratamento de manutenção de pacientes com doença inflamatória intestinal

Introdução

A doença inflamatória intestinal (DII) é um termo amplo que designa a doença de Crohn (DC) e a Retocolite ulcerativa (RCU), caracterizada pela inflamação crônica do intestino. Seus principais sintomas são diarreia sanguinolenta, tenesmo, eliminação de
muco, cólicas abdominais e urgência para evacuar. O curso clínico das DII varia com o tempo de evolução, o local de acometimento
e outros fatores. O diagnóstico das DIIs depende de critérios clínicos, endoscópicos, histológicos, radiológicos e bioquímicos. O método padrão ouro é a avaliação endoscópica da mucosa intestinal. No entanto, é um procedimento invasivo, demorado e caro. Para superar essas limitações, seria desejável um marcador não invasivo para monitorar a atividade inflamatória.O marcador que reflete a gravidade da mucosa intestinal é a calprotectina fecal. Ela é uma proteína que pode ser mensurada com segurança nas amostras de fezes e correlaciona-se com a excreção de granulócitos marcados com índio-111, um marcador sensível de inflamação intestinal.

Objetivo

Avaliar a relação entre calprotectina fecal e os achados endoscópicos de pacientes com doença inflamatória intestinal; comparar valores de calprotectina e PCR; avaliar a relação da calprotectina e atividade histológica e propor nota de corte para calprotectina.

Método

Estudo transversal, onde foram avaliados pacientes com doença inflamatória intestinal que fazem acompanhamento regularmente no ambulatório de doenças inflamatórias intestinais da Clínica de Gastroenterologia do Departamento de Medicina da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo no ano de 2020. Todos os pacientes foram submetidos à ileocolonoscopia para avaliar a atividade
endoscópica e uma amostra de fezes foi coletada para medição da calprotectina fecal. Foi feito a Curva Roc para avaliar a correlação da calprotectina fecal nos resultados da atividade endoscópica e histológica.

Resultados

Um total de 68 pacientes com DII, sendo 32 com doença de Crohn e 36 com retocolite ulcerativa. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (76,5%), e a mediana de idade foi de 56 anos. A média da Calprotectina fecal é maior para quem teve atividade Endoscópica e Histológica. Para a atividade endoscópica o valor da Calprotectina fecal foi de 82,5. O valor do PCR ficou positivo, mostrando que quanto maior o PCR, maior também será o valor da Calprotectina fecal.

Conclusões

A calprotectina fecal ajuda no manejo da DII. A média da calprotectina foi maior para quem estava com atividade endoscópica e histológica (p-valor < 0,01).

Palavras-Chave

“Calprotectina”, “Doença Inflamatória Intestinal”, “Colonoscopia”