XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Tumor estromal gastrointestinal com neoplasia hepática: Relato de caso

Apresentação do Caso

M.A.S., 73 anos, sexo feminino, após entrada no Hospital das Clínicas em janeiro de 2021, relatou dor epigástrica irradiando para o hipocôndrio direito, desde o início de 2019, associada à náuseas, vômitos, astenia e hiporexia. Referiu, ainda, perda ponderal de cerca de 5% de peso em 3 meses e anemia crônica com vários episódios de transfusões. Paciente apresentou palpação dolorosa em epigástrio e hipocôndrio direito, fígado palpável a cerca de 10 cm do rebordo costal com bordas regulares e ausência de ascite ao exame físico. Foi submetida a exames complementares apresentando 0,9 de hemoglobina e 64,5 s de TTPa. Feito a tomografia computadorizada, identificou-se extensa lesão expansiva sólido-cística nos segmentos 2 e 3 do fígado de 12,7x11,7x15,1 cm, com a lesão promovendo compressão extrínseca sobre o fundo e corpo gástrico, o arco duodenal, pâncreas e sistema portal. Realizou-se, por meio de uma laparotomia exploradora, hepatectomia esquerda, colecistectomia e gastrectomia total com reconstrução em y de roux. O exame macroscópico evidenciou tumor estromal gastrointestinal no lobo hepático esquerdo, 14x11cm, com regiões angiomatosas. Fusocelular, necrose em 15% e 3 mitoses em 50 campos de grande aumento foram detectadas à microscopia. A imunohistoquímica revelou positividade para o CD117 e Ki67 2%. Iniciou-se tratamento com Imatinibe 400 mg/dia e acompanhamento com exames de controle na Oncologia Clínica e Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas - UFG.

Discussão

GIST, Tumor estromal gastrointestinal, é um sarcoma de partes moles que se origina de células progenitoras das células de Cajal. O diagnóstico de GIST passa pelo quadro clínico típico, exame imunohistoquímico com detecção da proteína c-Kit (CD117) e características morfológicas das células tumorais. No caso da paciente M. A. S, a exploração cirúrgica não revelou malignidade em outros órgãos, o que indicava tumoração hepática primária. Entretanto, o exame imunohistoquímico realizou o diagnóstico de GIST, sugerindo tumoração primária gástrica com metástase hepática, devido à fisiopatologia desse tipo de tumor.

Comentários finais

Levando em conta a raridade do GIST, cerca de 1% dos tumores do trato gastrointestinal, e pelo fato da paciente manifestá-lo na forma de tumoração primária gástrica com neoplasia hepática, há a necessidade de enriquecer o conhecimento sobre o tema. Salientando a importância de um diagnóstico precoce e a busca por um bom prognóstico.

Palavras-Chave

Tumores do Estroma Gastrointestinal; Gastrectomia; Hepatectomia

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

Annauê Y Oliveira, Pedro Augusto Andrade Melo, Antônio Ribeiro Coelho, Walter de Biase da Silva Neto, Eduardo Toccafondo Filho, Mateus Rassi