Dados do Trabalho

Título

Ressecção Discoide em Pacientes com Endometriose Colorretal

Introdução

A endometriose é definida como a presença de tecido funcional, histologicamente semelhante ao endométrio, fora da cavidade uterina. Acomete de 3 a 19% das mulheres em idade menstrual, podendo ocorrer também em mulheres fora do período menstrual. O acometimento intestinal ocorre em 3 a 34% das mulheres com endometriose, dos quais 5 a 10% corresponde a endometriose colorretal, sendo o segmento mais acometido o sigmoide, seguido do reto, responsáveis por 65% dos casos. Em ordem decrescente, os outros segmentos envolvidos são apêndice, ceco, íleo terminal e cólon transverso.

Objetivo

Analisar a literatura vigente acerca da ressecção discoide em pacientes com endometriose colorretal, visando contribuir para o conhecimento dos princípios e dos cuidados voltados para este método.

Método

Trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva de artigos selecionados em bancos de dados como BVS, PubMed, LILACS e SCIELO, no período entre 2016 e 2021.

Resultados

A endometriose é uma doença inflamatória que pode cursar com uma variedade de sintomas álgicos pélvico-abdominais e com infertilidade. As lesões intestinais normalmente possuem um caráter mais agressivo, tornando a ressecção cirúrgica das lesões a melhor opção. O tratamento cirúrgico é indicado para os pacientes que não melhoraram com uma tentativa farmacológica ou estão sob suspeita de obstrução. A ressecção circular ou em disco é uma técnica conservadora que é indicada para exérese de nódulos endometrióticos com diâmetro inferior a 3 cm que acometem a parede retal. Essa técnica pode ser usada em praticamente metade dos casos e proporciona redução do tempo cirúrgico. Após identificação da lesão e seu isolamento, o grampeador circular é inserido por via anal. Laparoscopicamente, acomoda-se toda a lesão dentro do grampeador e realiza-se seu fechamento e disparo. Observa-se a exérese apenas da parede retal anterior que engloba o nódulo. A ressecção discoide comparada com a ressecção segmentar nos casos de endometriose profunda apresenta diminuição na morbidade, melhora dos sintomas e resultados mais funcionais.

Conclusão

A endometriose colorretal está presente em cerca de 30% dos casos, e é considerada mais agressiva. Deste modo, o tratamento cirúrgico da mesma, caso haja falha no tratamento farmacológico ou sinal de obstrução, é a cirurgia laparoscópica de ressecção discoide das lesões, visto que essa apresenta menos morbidade e uma melhor resposta funcional e diminuição dos sintomas.

Palavras-Chave

"Endometriose colorretal"; "Endometriose retal"; "Ressecção cirúrgica"; "Ressecção discoide".