XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PANCREATITE AGUDA GRAVE COM CURSO FATAL EM PACIENTE JOVEM

Apresentação do Caso

Feminina, 21 anos, obesa, em 19/12/2020 apresentou dor abdominal forte, irradiando para dorso, com vômitos e febre. Amilase:1406 U/l, Hematócrito: 44%, PCR: 55 mg/L, ultrassom com litíase biliar. Iniciado antibiótico e mantido dieta com piora do quadro. Transferida para hospital universitário, permanecendo com taquicardia, febre e PCR elevada. A ressonância magnética mostrou necrose pancreática e ascite. Foi, então, prescrito a dieta enteral oligomérica e passagem de endoprótese pancreática, sem melhora clínica. A tomografia evidenciou coleção necrótica e punção-drenagem ecoendoscópica, identificou Candida não albicans e Klebsiella pneumoniae resistente à carbapenêmicos. Ainda sem melhora dos sintomas, optou-se por abordagem cirúrgica com drenagem de 3800 mL de secreção purulenta. Após a lavagem da cavidade com soro fisiológico a paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica, acidose láctica grave e parada cardiorrespiratória, evoluindo a óbito.

Discussão

Pancreatite aguda em 85% das vezes é uma doença de apresentação benigna, porém pode ser grave.O caso exemplifica evolução complexa e desfavorável em paciente jovem, sem múltiplas comorbidades. A pancreatite é uma condição inflamatória do pâncreas que pode complicar com liberação maciça de citocinas e comprometimento sistêmico. No Brasil, existe um número grande de casos, mas a verdadeira prevalência não é conhecida. A abordagem inicial com a classificação de gravidade da pancreatite é fundamental para definir conduta e evolução do quadro. No presente relato, a paciente permaneceu em sala de emergência, com dieta inadequada e antibioticoterapia precoce, condutas hoje já não mais apropriadas. Fatores que, somados, contribuíram para o desfecho com múltiplas complicações. A conduta indicada neste caso é o manejo em Unidade de Terapia Intensiva para melhor acompanhamento, realização de ressuscitação volêmica e dieta oligomérica. Apesar da semelhança com a sepse, a realização de antibioticoterapia foi inapropriada, favorecendo quadros de infecções resistentes e de difícil tratamento, mesmo em jovens, como apresentado.

Comentários finais

O reconhecimento precoce das formas de abdome agudo inflamatório é de fundamental importância. Sendo responsável por otimizar o tratamento, manejo e acompanhamento do paciente durante a internação e mitigando evoluções desfavoráveis.

Palavras-Chave

Gastroenterologia; Pancreatite Aguda Grave; Conduta; Evolução.

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

Kellen Christine Brites Gonçalves, Layni Storch, Maria da Penha Zago Gomes, Julienne Dadalto dos Santos, Gustavo Santos Porfiro, Luciana Lofêgo Gonçalves, Carla Almeida Rodolfo, Fernanda Costa Azevedo, Camila Carlini