XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ESPLENECTOMIA COMO TRATAMENTO DE HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR HIPERTENSÃO PORTAL SEGMENTAR REFRATÁRIA A INTERVENÇÃO ENDOSCÓPICA E PERCUTÂNEA

Apresentação do Caso

Paciente de 37 anos, portador de HCV desde período neonatal, atualmente CHILD A/ MELD 9, em tratamento de linfoma difuso de células B, deu entrada em PS com queixa de astenia associada a 2 episódios de hematêmese de moderada quantidade e melena. Ao exame físico se apresentava estável hemodinamicamente, hipocorado 3+/4, com abdome flácido, doloroso à palpação profunda, sem sinais de irritação peritoneal, e exames laboratoriais mostravam anemia importante com HB 4,9 /VG 15,4. Em relação a história pregressa, durante o período de tratamento da neoplasia o paciente desenvolveu varizes de esôfago e fundo gástrico por hipertensão portal segmentar com HDA recorrente por trombose veia esplênica, sendo submetido a 10 sessões de EDA com tentativas de resolução do quadro, com ligaduras elásticas e aplicações de cianoacrilato. Também foi realizado previamente tentativa de embolização das varizes, sem sucesso devido ao fluxo hepatopetal de grande velocidade, sem refluxo/ estase de contraste venoso ou enchimento adequado das varizes na topografia do fundo gástrico. Na atual internação, EDA mostrou presença de cordões varicosos de médio calibre em terço médio esofágico, tortuosos e azulados, que se estendiam até terço distal, com sinais de sangramento recente, além de grande quantidade coágulo e restos alimentares na cavidade gástrica. A TC de abdome evidenciou veia esplênica com sinais de trombose, esplenomegalia, presença de circulação colateral peri-portal, perigástrica e peri-esplênica, além de shunts esplenorrenais e lesão hipodensa com tênues calcificações de permeio no retroperitônio, junto ao hilo esplênico, de aspecto infiltrativo, com extensão para o baço e cauda do pâncreas, medindo cerca de 15,8x6,7x14,5cm, com lesões semelhantes visualizadas no parênquima esplênico. Após discussão do caso em reunião geral do serviço, foi optado por esplenectomia por via aberta. A cirurgia se deu sem intercorrências e o paciente recebeu alta hospitalar após o 7ºPO. O AP mostrou quadro histológico e perfil imuno-histoquímico condizentes com linfoma, imunofenótipo B de células grandes, com extrema necrose, sem expressão de CD30. Atualmente se encontra sem novos episódios de HDA, com melhora dos parâmetros hematológicos e melhora da função hepática, em vigência de quimioterapia.

Discussão

Apesar dos avanços na área de procedimentos minimamente invasivos, a hipertensão portal segmentar pode ser de difícil controle.

Comentários finais

A esplenectomia nestes casos segue como boa opção em pacientes selecionados.

Palavras-Chave

HIPERTENSÃO PORTAL, ESPLENECTOMIA

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

LARISSA MACHADO E SILVA GOMIDE, DUNIA VERONA, IGOR RAPHAEL MATIAS VALEJO, JOÃO OTAVIO VARASCHIN ZENI, CARLOS HUMBERTO GUILMAN TANIZAWA, ISADORA BOEING, ALAN JUNIOR DE AGUIAR, JULIO CEZAR UILI COELHO