Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE ADENOMA DE PAPILA DUODENAL MAIOR: UM RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Homem, 46 anos, apresentando sintomas dispépticos, sem sinais clínicos de colestase, foi submetido a endoscopia digestiva alta (EDA), onde foi detectada lesão vegetante em papila duodenal maior. Foram solicitados exames laboratoriais (AST, ALT, fosfatase alcalina, Gama GT, bilirrubinas totais e frações), com resultados dentro da normalidade. Colangioressonância não evidenciou dilatação das vias biliares. Posteriormente realizada Ecoendoscopia, que evidenciou adenoma de papila duodenal com estadiamento ue T1N0Mx, sendo então encaminhado para realização de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), na qual foi diagnosticada lesão vilosa, amolecida ao toque, medindo cerca de 15mm. Submetido a papilectomia endoscópica, esfincterotomia do óstio do colédoco e passagem de prótese pancreática. Além disso foi constatado que não havia invasão ou dilatação de vias biliares. Na Análise histopatológica foi diagnosticado adenoma com displasia de baixo grau com base de ressecção livre. Paciente foi orientado a fazer seguimento com duodenoscopia em 3 meses.
Discussão
Os tumores de papila duodenal maior são raros, mas sua incidência vem aumentando em adultos jovens, principalmente pela detecção incidental em EDA de rotina. Cerca de 95% dos casos são representados pelos tipos histológicos adenocarcinoma e adenoma, sendo este último uma lesão pré-neoplásica, com potencial de transformação maligna a partir da sequência adenoma-carcinoma. Quando não invasivos, a maioria dos tumores são assintomáticos. Quanto ao diagnóstico é importante a realização da CPRE para avaliar o tamanho, extensão e crescimento intraductal do tumor, e na decisão terapêutica é mandatória biópsia endoscópica e exame histológico das lesões, porém apresenta sensibilidade variável na detecção de adenoma e carcinoma, sendo recomendado ressecção completa da lesão na suspeita de neoplasia. A papilectomia endoscópica é considerada uma alternativa menos invasiva do que a cirurgia no tratamento de lesões precoces, permitindo a remoção tumoral total e apresentando menos morbimortalidade.
Comentários finais
A EDA é crucial para o diagnóstico precoce dos tumores de papila duodenal e a CPRE é essencial na avaliação da lesão e importante modalidade terapêutica para as lesões iniciais.
Palavras-Chave
Endoscopia; Adenoma de papila; CPRE;
Área
Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada
Autores
Aline Perciano Lopes Toledo, Gabriela Mendes Toledo, Carlos Henrique Barros Amaral, Tiago Torres Melo, Leandro Valério Costa Batista, Daniel Pacheco da Costa, Herbeth José Toledo Silva