XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CÁPSULA ENDOSCÓPICA E SANGRAMENTO DO INTESTINO MÉDIO

Resumo

S.S. feminino, 83 anos, histórico de HAS, DM2 e artrose com dor lombar crônica e uso de analgésicos e AINES diariamente há 15 anos. Refere episódios recorrentes de melena há 5 anos, com piora há 2 anos, necessitando frequentemente de reposição de ferro e transfusões. Realizou até então 3 EDA e colonos, apenas evidenciando doença diverticular, sem foco de sangramento ativo. Pela cápsula endoscópica, visualizada pequena angiectasia puntiforme em jejuno proximal, (Tipo I de Yano) sem sinais de sangramento recente. Em jejuno proximal/médio presença de cicatrizes lineares e erosões recobertas por fibrina, além de múltiplas úlceras ativas de formato circunferêncial, algumas subestenosantes. Jejuno distal e íleo não analisados devido a impactação da cápsula. Em vigilância radioscópica, foi observada progressão e eliminação espontânea da cápsula após 60 dias. Tendo como prováveis diagnósticos a síndrome do diafragma intestinal secundária ao uso de AINEs ou a doença inflamatória intestinal. DISCUSSÃO: Caracterizado pelo sangramento proveniente do trato digestivo situado entre a papila duodenal até o íleo terminal, o sangramento do intestino médio causa até 5% das hemorragias digestivas. Com o surgimento da cápsula endoscópica em 2001, houve a possibilidade do estudo minimamente invasivo do intestino delgado e suas patologias, beneficiando especialmente pacientes com suspeita de sangramento do intestino delgado. É um exame difundido nos dias atuais e com maior acessibilidade, devendo ser considerado para pacientes em investigação de: sangramento obscuro gastrointestinal, Doença de Crohn, Doença Celíaca,hemorragia digestiva aguda, dor abdominal (não elucidados via EDA e colonoscopia). A preparação para o exame se trata de jejum de 12h, sendo o uso de laxativos opcional. O uso de suplementos de ferro deve ser interrompido 3 dias antes do exame. Após 2h a administração da cápsula, a ingestão de líquidos está liberada, e após 4h, de sólidos. As complicações mais comuns são aspiração e retenção da cápsula (eliminação após 2 semanas). O risco de retenção é aumentado nos casos de Doença de Crohn estabelecida, TGI irradiado, TGI com ressecção, estenose intestinal, uso crônico de AINEs. COMENTÁRIOS FINAIS: Há uma discussão recente sobre o uso da cápsula como opção de abordagem inicial, evitando procedimentos invasivos e reduzindo períodos de internação. Tal aplicação tem grande valia em pacientes debilitados, além dos pacientes classicamente considerados.

Palavras-Chave

Área

Endoscopia - Intestino delgado

Autores

FERNANDA DA SILVA MILIORINI, CAROLINA CORTEZZI RIBEIRO DO NASCIMENTO, NAYLA NAYARA DE SOUZA, JOÃO PAULO FAIS, LETICIA MARIA SCHIMITT MOREIRA RIBEIRO DO NASCIMENTO, EDUARDO MENDES ALVES PEREIRA JUNIOR, FERNANDO JOSE SAVOIA DE OLIVEIRA