Dados do Trabalho

Título

O IMPACTO DA PANDEMIA NAS EMERGÊNCIAS NÃO RELACIONADAS AO SARS-COV-2: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO

Introdução

Os governos implementaram intervenções de distanciamento social para reduzir a velocidade de disseminação da SARS-CoV-2 e evitar a sobrecarga hospitalar. As intervenções de distanciamento social SARS-CoV-2 modificaram vários aspectos da sociedade, levando a uma mudança no perfil da consulta médica de emergência.

Objetivo

Analisar o impacto do COVID-19 e as mudanças resultantes no perfil do sistema de atendimento médico de emergência não SARS-CoV-2.

Método

Este é um estudo transversal multicêntrico retrospectivo que avaliou consultas médicas, hospitalizações de urgência e óbitos em São Paulo, a maior cidade das Américas. Foram avaliadas as mudanças no perfil da consulta médica de acordo com dados demográficos e diagnósticos. A mudança na mortalidade também foi avaliada.

Resultados

Foram registradas 462.412 consultas médicas de emergência de janeiro de 2019 a julho de 2020. Dessas consultas médicas de emergência, apenas 4,7% (21.653) necessitaram de internação. Do total de atendimentos, 592 resultaram em óbitos, o equivalente a 0,1% da amostra. Houve uma tendência clara de diminuição no número de consultas médicas de emergência semanais, uma vez que o distanciamento social foi exigido por decreto (Coef. -3733,13; IC 95% -4579,85 a -2886,42; p <0,001). O número de consultas médicas para condições como trauma, dor abdominal, dor no peito e resfriado comum diminuiu (p <0,05). No entanto, o número de consultas médicas para as seguintes condições não mudou após o início da pandemia (p≥0,05): ureterolitíase, apendicite aguda, colecistite aguda, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Conclusão

A pandemia COVID-19 mudou o perfil de emergência não SARS-CoV-2. O número total de consultas médicas de emergência reduziu. A mortalidade por emergências não SARS-CoV-2 não aumentou em São Paulo.

Palavras-Chave

SARS-COV-2; Pandemia; Emergências; Impacto