XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA REALIZADA POR RESIDENTES DE CIRURGIA GERAL. É SEGURO? QUAL O CUSTO?

Introdução

Sabe-se que a participação dos residentes na sala de cirurgia é etapa fundamental do treinamento do cirurgião, com intuito de desenvolvimento de habilidades laparoscópicas, sendo a colecistectomia uma das primeiras e mais frequentes experiências laparoscópicas do residente  de cirurgia. Na literatura, há dados conflitantes tanto em relação à morbimortalidade quanto em relação aos custos associados.

Objetivo

Avaliar a eficácia e segurança das colecistectomias laparoscópicas realizadas por residentes do primeiro e segundo ano de um programa de residência em cirurgia geral. Estudamos o custo total primário do tratamento, as taxas de complicações bem como os desfechos primários, comparando os grupos operados por cirurgiões experientes e residentes.


Método

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo de pacientes submetidos à colecistectomia laparoscópica realizada em hospital de treinamento de grande volume cirúrgico no Brasil, no período de 1º de junho de 2018 a 31 de maio de 2019. A população do estudo foi composta por pacientes submetidos à colecistectomia eletiva por colecistectomia não complicada, colecistite calculosa crônica, ou pela presença de pólipos vesicais com indicação cirúrgica. Dividimos os casos em três grupos, de acordo com a graduação do cirurgião principal no momento do procedimento: residentes do primeiro ano (R1), residentes do segundo ano (R2) e cirurgiões treinados (GS).



Resultados

Durante o período do estudo, foram realizadas 1.052 colecistectomias laparoscópicas, das quais 1.035 procedimentos atenderam aos critérios de inclusão, sendo 78 (7,5%) pacientes operados com a participação de residentes do primeiro ano (R1), 500 (48,3%) pacientes com a participação de residentes do segundo ano (R2) e 457 (44,2%) com a participação apenas de cirurgiões seniores. Não houve diferença nas taxas de conversão, complicações e relatórios de eventos adversos entre os grupos. Observamos diferença significativa em relação aos custos de internação (p = 0,003), com média maior para os pacientes operados com a participação de R1, de US $ 2.671,13, contra US $ 2.414,60 e US $ 2.396,24 para os procedimentos realizados por cirurgiões seniores e R2 , respectivamente.

Conclusão

A colecistectomia laparoscópica com participação de residentes é segura, mesmo nos primeiros anos de treinamento. Há um custo adicional de cerca de 10% no tratamento do paciente operado com a participação de residentes do primeiro ano. Não houve diferença significativa no custo do grupo operado por residentes do segundo ano.

Palavras-Chave

Colecistectomia; Residentes; Cirurgia Geral

Área

Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares

Autores

Rafael Benjamim Rosa da Silva, Jorge Henrique Bento de Sousa, Francisco Tustumi, Milton Steinman, Oscar Fernando Pavão dos Santos, Ian Torres de Lima