Dados do Trabalho
Título
TUMOR DE COLISÃO GÁSTRICO ADENOCARNCINOMA-LINFOMA: UM RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Paciente feminina, 70 anos, procurou ambulatório devido à perda ponderal de 10 kg e sintomas dispépticos, trazendo consigo exame prévio de endoscopia digestiva alta, realizado em outro serviço, que evidenciou lesão obstrutiva em antro gástrico com resultado anatomopatológico de adenocarcinoma. Paciente sem comorbidades foi submetida a exame de estadiamento que mostrou ausência de lesões à distância e tomografia computadorizada de abdome com contraste demostrando espessamento parietal irregular medindo cerca de 4,0 cm na região antropilórica do estômago, compatível com neoplasia primária, sem evidente extensão direta para estruturas adjacentes, além de linfonodos proeminentes no ligamento hepatogástrico, medindo até 1,2 cm. Também mostrou outros linfonodos proeminentes junto à parede posterior do antro gástrico e do duodeno medindo até 0,8 cm e nódulo/linfonodo arredondado no mesentério na região do hipocôndrio esquerdo, medindo 1,0 cm, também suspeito. A paciente foi submetida à gastrectomia subtotal, sem achados adicionais na laparoscopia e evoluiu no pós-operatório sem intercorrências, com alta hospitalar em 2 dias do pós-operatório. O exame anatomopatológico da peça cirúrgica revelou tumor de colisão, composto por adenocarcinoma gástrico invasivo, pouco diferenciado, com estadiamento pT4a pN3a associado a linfoma difuso de grandes células B, subtipo células B ativadas, comprometimento linfonodal regional extenso, Ki67 igual a 70%. Em retorno ambulatorial, a paciente foi submetida ao exame PET-CT para estadiamento, classificando-a em: EC IIE B, IPI II. Após discussão em reunião multidisciplinar, optou-se pelo tratamento inicial com ciclos de quimioterapia R-CHOP. A paciente evoluiu com aumento de massa de linfonodo junto ao platô pancreático, e em seguida apresentou colangite de repetição como complicação. A paciente evoluiu a óbito 18 meses após cirurgia inicial.
Discussão
O caso acima descrito apresenta-se como um raro tumor maligno que mimetiza o adenocarcinoma gástrico e deve ser um de seus diagnósticos diferenciais. Além disso, sua sintomatologia é a mesma de outras neoplasias gástricas, fato que dificulta ainda mais seu diagnóstico.
Comentários finais
A sequência de tratamento desses doentes é de extrema relevância visto que, não há um consenso sobre a definição desta terapia na literatura.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
Ricardo Galletti, Francisco Tustumi, Gabriel Agareno, Rafael Benjamin, Lucas Sesconetto, Ian Torres