XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA EM PACIENTE JOVEM COM ACALÁSIA IDIOPÁTICA E MEGAESÔFAGO FUNCIONALMENTE AVANÇADO

Apresentação do Caso

A.V.A, 23 anos, masculino. Paciente encaminhado ao serviço de cirurgia do aparelho digestivo devido a disfagia progressiva iniciada há 5 anos. Relatava disfagia inicialmente para alimentos sólidos, mas que evoluiu para pastosos e, por último, para líquidos. Associado ao quadro, referia a ocorrência de pirose, perda ponderal não quantificada, regurgitação e vômitos frequentes. Previamente hígido, em uso de procinético, inibidor de bomba de prótons e bloqueador de canal de cálcio, sem resposta ao tratamento clínico. Ao exame físico, paciente emagrecido, com índice de massa corpórea de 16,9 kg/m², sem outros comemorativos. Para melhor elucidação diagnóstica, foram solicitados exames complementares. REED evidenciou megaesôfago grau III. Endoscopia digestiva alta observou esofagite moderada e gastrite leve, com resultados de biópsias compatíveis com esofagite crônica leve e inespecífica. Ao estudo manométrico diagnosticada acalásia esofágica grau I. Exames laboratoriais não reagentes para Trypanosoma cruzi. Diante do caso exposto, indicada esofagectomia videolaparoscópica. Realizada dissecção transhiatal do esôfago, ligadura da artéria gástrica esquerda e liberação dos vasos gástricos curtos. Realizada cervicotomia esquerda e tracionado o esôfago, elevando o estômago. Esôfago seccionado em nível cervical e retirada peça de esofagectomia distal, com confecção de anastomose manual esôfago-gástrica término-lateral, além de drenagem torácica fechada sob selo d’água bilateralmente. O resultado anátomo-patológico evidenciou em segmento de esôfago a presença de infiltrado linfocitário multifocal na lâmina própria da mucosa, hiperplasia da camada basal do epitélio de revestimento, hipertrofia da túnica muscular própria, infiltrado leucocitário mononuclear e multifocal ao longo do plexo mioentérico, com desaparecimento de seus neurônios. Devido à evolução clínica satisfatória, o paciente recebeu alta hospitalar no 13 pós-operatório e encontra-se em seguimento ambulatorial regular.

Discussão

A acalásia idiopática é uma condição cirúrgica rara, caracterizada pelo relaxamento parcial ou ausente do esfíncter inferior do esôfago e por contrações não peristálticas no corpo esofágico.

Comentários finais

Diante do desfecho favorável obtido com a técnica cirúrgica empregada, optamos por relatar o tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado por videolaparoscopia, com esofagectomia subtotal e anastomose manual esôfago-gástrica término-lateral a nível cervical, sem confecção de tubo gástrico.

Palavras-Chave

Doenças do Esôfago; Acalásia Esofágica; Esofagectomia.

Área

Cirurgia - Esôfago

Autores

José Roberto Violatti Filho, Francis Clayton Castro, Tauã Lourenzo Cunha Carvalho, Marco Aurélio Paula Oliveira Filho, Adilson Gomes Faion, Maxwel Capsy Boga Ribeiro