Dados do Trabalho
Título
Hamartoma gástrico: Um Relato de Caso
Apresentação do Caso
Paciente masculino, 74 anos, ao realizar ultrassonografia de abdome, devido à dor abdominal inespecífica, foi identificada lesão nodular em fígado. Paciente veio encaminhado ao serviço com relato de dor abdominal e perda de 6,8% do peso corporal. Em tomografia computadorizada de abdome com contraste identificou-se lesão nodular polipoide na pequena curvatura da região corporal gástrica, cerca de 5,0 cm abaixo da junção esofagogástrica, medindo 4,0 cm, com aspecto sugestivo de lesão intramural (submucosa) (figura 1), tomografia computadorizada de tórax sem lesões à distância e endoscopia digestiva alta que evidenciou grande lesão elevada, medindo cerca de 4,0 cm no maior eixo, arredondada, recoberta por mucosa de aspecto normal, discretamente ulcerada, porém sem sinais de sangramento ativo ou pregresso, endurecida ao toque da pinça e localizada na parede posterior do corpo médio, cerca de 5,0 cm abaixo da transição esofagogástrica (figura 2). Paciente foi preparado e operado eletivamente, com a hipótese diagnóstica inicial de GIST, sendo realizada gastrectomia em cunha. No pós-operatório, o paciente apresentou sangramento em linha de grampo, sendo tratado por endoscopia digestiva alta. Foi prescrita a dieta líquida e bem aceita pelo paciente em pós-operatório imediato, que recebeu alta hospitalar no terceiro dia do pós-operatório. Em exames anatomopatológico e imunohistoquímico, evidenciou-se lesão de padrão hamartomatoso com componente muscular e epitelial glandular pancreático sem atipias. Paciente mantém seguimento, assintomático, com ganho de peso e sem evidências de novas lesões.
Discussão
Embora raro, o diagnóstico diferencial entre hamartoma gástrico e outras neoplasias intramurais é importante, porém é factível na grande maioria dos casos apenas após a cirurgia, que está indicada nesses casos. Além disso, não há um consenso sobre o risco de malignização. Por isso, sempre que possível, o diagnóstico de congelação intraoperatória deve ser utilizado para prevenir cirurgia radical desnecessária.
Comentários finais
Este caso simulou um tumor GIST, foi operado de forma oncológica e apresenta-se em seguimento ambulatorial sem outras complicações.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
Ricardo Galletti, Gabriel Agareno, Francisco Tustumi, Gabriel Aranha, Lucas Sesconetto, Rafael Benjamin