Dados do Trabalho

Título

RAIO X DE ABDOME NO DIAGNÓSTICO DA PANCREATITE AGUDA CAUSADA POR COLEDOCOLITÍASE NO PRONTO ATENDIMENTO: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

ROS, 37 anos, iniciou dor abdominal difusa, em cólica, de forte intensidade há 1 dia. Negava náuseas, vômitos e febre, bem como, comorbidades, uso de medicação contínua e alergias. Ao exame, anictérica, com abdome plano, flácido, indolor à palpação, sem sinais de peritonite. Foi submetida à triagem laboratorial: amilase 494,0 U/L, bilirrubina direta 0,37 mg/dL, TGP 183,0 U/L, TGO 179,0 U/L, Hb 12,1 g/dL Leucócitos totais 7840/mm3 (0% bastões e 72% segmentados). Na impossibilidade de realizar ultrassom no local de atendimento, foi submetida ao raio-x (RX) de abdome simples que revelou imagens radiopacas evidentes em toda a topografia da via biliar extra-hepática. Foi medicada com antiespasmódico, analgésico e encaminhada para tratamento definitivo em hospital terciário.

Discussão

A pancreatite aguda (PA) tem como sua principal causa a coledocolitíase. Esta, ocorre em 8-20% dos pacientes com colelitíase. No diagnóstico dessa etiologia de PA, a associação entre critérios clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos apresenta sensibilidade de 96-98%. A ausência desses critérios leva a menos de 2% de chance de diagnóstico. A ultrassonografia tem boa acurácia (até 50%), mas com baixo valor preditivo positivo. A tomografia sem contraste tem discreto aumento na sensibilidade. A colangioressonância (CRM) e colangiopacreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) apresentam alta sensibilidade e especificidade.

Comentários finais

A PA tem como sua principal etiologia a coledocolitíase. Esta tem seu diagnóstico específico através da CRM e CPRE. A literatura não cita o RX como rotina diagnóstica. Contudo, os cálculos de pigmento, em contraste com os de colesterol, costumam ser radiopacos e podem ser observados, como no caso apresentado, de forma exuberante.

Palavras-Chave

pancreatite-aguda; coledocolitíase; raio-x