XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

ÍNDICE DE SANGRAMENTO TARDIO NAS DIFERENTES MODALIDADES UTILIZADAS NAS RESSECÇÕES ENDOSCÓPICAS DE LESÕES SUPERFICIAIS >20MM EM CÓLON

Introdução

As lesões neoplásicas do trato digestivo são denominadas superficiais quando a profundidade da invasão é limitada à mucosa (M) e à submucosa (SM). As lesões superficiais invasivas do cólon podem ser sésseis ou pediculadas. Quando sésseis são assim classificadas: câncer intramucoso (Tis (M)), câncer invasivo superficial SM (T1a (SM1), <1000 μm de invasão tumoral SM) ou câncer invasivo profundo SM (T1b (SM2), ≥1000 μm ). A profundidade da invasão do tumor SM é medida a partir da borda inferior da muscular da mucosa até a área mais profunda da invasão tumoral. Já para as pediculadas é utilizada a classificação de Haggitt que divide o pólipo em cinco zonas. O nível 0 é uma doença não invasiva que não atravessa a muscular da mucosa. Os níveis 1 a 4 descrevem o envolvimento progressivo da cabeça, pedículo e submucosa abaixo do pedículo. O sangramento tardio é um evento adverso importante após ressecções de lesões precoces, porém, em nosso meio não existem trabalhos mostrando índices dessa complicação ou os fatores de risco envolvidos.

Objetivo

Encontrar o índice de sangramento tardio após ressecção endoscópica de lesões superficiais do cólon > 20mm e os possíveis fatores de risco relacionados no ano de 2019 em um único serviço.

Método

Foi feita uma análise retrospectiva das diferentes técnicas de ressecção (incluindo polipectomias, EMR e ESD) e foram identificados os pacientes que procuraram o pronto socorro, internaram e/ou necessitaram de intervenção médica por qualquer tipo de sangramento de 6 horas até 30 dias após procedimento. Foram excluídos do estudo pacientes com complicações imediatas, assistência médica outros motivos, lesões menores que 20 mm e lesões endoscopicamente irressecáveis.

Resultados

Foram avaliados no total 180 lesões em 176 pacientes com idades variando entre 91 e 54 anos sendo 101 mulheres e 75 homens. Os tamanhos variaram de 2 a 9 cm. No total, 9 pacientes retornaram ao PS variando de 7 horas a 13 dias após procedimento por queixas como hematoquezia à enterorragia. Desses, 7 pacientes não apresentaram queda de hemoglobina e tiveram alta no mesmo dia sem necessidade de intervenções. Um necessitou de nova colonoscopia com clipagem e outro de internação mais transfusão.

Conclusões

A incidência de sangramento foi de 5%. Lesões em cólon direito foram mais frequentes entre as que sangraram. A paciente que necessitou de transfusão faz uso de anticoagulantes. Nos 2 pacientes em que houve intervenção clínica, foi identificado que não houve clipagem profilática do leito na colonoscopia.

Palavras-Chave

sangramento tardio, lesões superficiais, ressecção endoscópica

Área

TCC – Centro de Treinamento - Colonoscopia

Autores

Vanessa Cruz Lima Dias, Adriana Furtado Costa, Fernanda Iglezias Sacoman Marques, Igor Oliveira Martins, Rodrigo Soares Aiex