XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO ENDOSCÓPICO COM VACUOTERAPIA PARA FÍSTULA ENTEROCUTÂNEA EM CRIANÇA – RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Masculino, 1 ano, síndrome do intestino curto devido à gastrosquise, foi admitido com quadro de vômito e distensão abdominal evoluindo com choque séptico. Realizada tomografia que evidenciou abscesso intra-abdominal, sendo indicada laparotomia. Cirurgia evidenciou perfuração de delgado distal e houve uma lesão de delgado proximal na abertura da parede, sendo feita enterorrafia proximal e enteroenteroanastomose distal.
No 5º dia de pós-operatório, evoluiu com saída de secreção entérica pela ferida operatória sendo reoperado. Verificada deiscência da enterorrafia, sendo feito reavivamento das bordas e nova rafia. No 10º de pós-operatório evoluiu novamente com abertura de fístula enterocutânea. Foi optado por tratamento conservador com abertura da parede abdominal, colocação do curativo a vácuo externo e tratamento com dieta parenteral e octreotide. Houve melhora clínica do paciente com controle da sepse, porém manutenção da fístula enteroatmosférica de alto débito.
No 29º dia de pós operatório foi optado por iniciar terapia endoscópica com vácuo endoluminal, sendo colocada a sonda pelo óstio da gastrostomia prévia. Houve melhora gradativa do tamanho e débito da fístula. Durante o tratamento a vácuo foi posicionada uma sonda enteral distal à fístula e iniciada nutrição com dieta enteral.
A terapia a vácuo foi trocada 6 vezes e houve fechamento completo da fístula após 3 meses de tratamento.

Discussão

Fístula enterocutânea pode ocorrer como complicação após cirurgias abdominais, e o risco aumenta em pacientes com doença crônica, desnutrição e em cirurgias emergenciais. É uma complicação grave, com elevada morbi-mortalidade.
Este é um caso de tratamento bem-sucedido com terapia a vácuo em criança com 1 ano de idade. O tratamento endoscópico conservador permitiu fechamento completo da fístula, com nutrição enteral distal à mesma, após várias abordagens cirúrgicas sem sucesso.

Comentários finais

Terapia a vácuo deve ser considerada como alternativa na terapêutica endoscópica de fístulas enterais. É um tratamento pouco invasivo, seguro e eficaz, mesmo em crianças pequenas.

Palavras-Chave

FISTULA ENTERO-ATMOSFÉRICA / VACUOTERAPIA / ENDOSCOPIA PEDIÁTRICA

Área

Endoscopia - Endoscopia digestiva pediátrica

Autores

paula p elia, DARLI FERNDANDES, FERNANDA ALCAZAR, VALERIA SOUSA, NEWTON TEIXEIRA SANTOS