Dados do Trabalho
Título
Hepatite Delta em ambulatório de referência em Manaus
Introdução
O vírus da Hepatite D (HDV) é um vírus RNA, incapaz de infectar o hospedeiro na ausência do antígeno de superfície (HBsAg) do vírus da Hepatite B (HBV). Por conseguinte, a infecção pelo HDV é sempre uma coinfecção, dos vírus HDV-HBV ou uma superinfecção em portadores crônicos de hepatite B. Embora seja um problema de saúde pública mundial, tem maior prevalência na Amazônia ocidental, na Ásia e em regiões do continente africano.
Objetivo
Descrever os fatores demográficos, clínico e laboratoriais em pacientes portadores de HDV.
Método
Em um ambulatório de referência do Amazonas, foram avaliados 19 pacientes de livre demanda, portadores de hepatite delta, entre junho de 2018 e junho de 2019, sendo incluídos todos os pacientes notificados na presença dos seguintes marcadores sorológicos: HBsAg e/ou Anti-HBc IgM e/ou Anti-HBc IgG e/ou HBeAg e/ou Anti-HBe e presença de anti HDV. As informações de interesse foram registradas em um instrumento desenhado para este estudo. Os resultados foram apresentados em forma de percentuais, média, mediana e desvios padrões.
Resultados
Foram incluídos 19 pacientes portadores de hepatite Delta, com uma média de idade de 39 anos. Entre os pacientes avaliados, 10 (52,6%) eram do sexo feminino e 09 (47,4%) do sexo masculino. Todos os pacientes declararam comportamento heterossexual. Quanto a escolaridade, 09 (47,4%) dos doentes avaliados tinham nível médio de escolaridade, 01 (5,3%) era analfabeto, 09 (47,4%) relataram ter concluído o ensino fundamental e 09 (47,4) o ensino médio. Em relação às condições financeiras, 10 (52,6%) possuíam renda de até um salário mínimo. Todos os pacientes (100%) eram procedentes de áreas endêmicas, destacando-se o Alto Solimões (42,1%). A transmissão sexual caracteriza 07 (36,8%) dos casos e a transmissão vertical 08 (42,1%). Os marcadores demonstram que todos os pacientes tinham diagnóstico sorológico de hepatite D. Somente 9 (47,4%) pacientes apresentaram HBsAg reagente. Contudo, todos apresentaram anti-HBc total positivo. A maior parte (89,5%) dos pacientes portava hepatite B mutante, enquanto 2 pacientes (10,5%) eram portadores de hepatite B selvagem e foram reagentes para o antígeno HBeAg. Os exames laboratoriais demonstram que, em média, os pacientes possuem moderada plaquetopenia e discreta elevação das transaminases. As médias dos valores de gama GT e bilirrubina total estão dentro da normalidade.
Conclusão
A hepatite delta é a forma mais grave das hepatites, sendo mais comum em pacientes jovens e de baixo nível socioeconômico.
Palavras-Chave
Hepatite D; Hepatite B;
Área
Gastroenterologia - Fígado
Autores
Lyrkis Paraense Barbosa Silva Neto, Ketlin Batista de Morais Mendes, Ananda Castro Chaves Ale, Rodrigo Oliveira de Almeida, Thayane Vidon Rocha Pereira, Antonio Solon Mendes Pereira, Diandra Sant'Ana Dutra Barros, Karoline Teixeira Loiola, Lina Miyuri Suizu, Patricia Jeane de Oliveira Costa, Arlene dos Santos Pinto, Aline de Vasconcellos Costa e Sá Storino, Wilson Marques Ramos Júnior