Dados do Trabalho

Título

ADENOCARCINOMA DE PAPILA DUODENAL, EM PACIENTE ASSINTOMÁTICO: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Paciente de 67 anos, do sexo masculino, procedente de Campo Mourão, sem antecedentes pessoais e assintomático. Realiza endoscopia digestiva alta de rotina, na qual evidenciou papila duodenal maior de bordos edemaciados e irregulares, com centro ulcerado, apresentando friabilidade com sangramento espontâneo em babação, medindo cerca de um centímetro. Durante o procedimento endoscópico, foi executado biópsias e encaminhado para estudo anatomopatológico sendo constatado adenocarcinoma invasor pouco diferenciado.
Foi realizado colangioressonância magnética, ressonância e tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve com contraste para estadiamento. Solicitado CA 19-9, CEA e imunohistoquímica. Após análise dos exames e constatado ausência de infiltrações locais e metástases a distância, foi indicado a realização da gastroduodenopancreatectomia. Feito cirurgia robótica no dia três de setembro de 2021, com duração de 7 horas, evoluindo bem e sem intercorrências até o presente momento.

Discussão

A ampola de Vater (papila duodenal maior), é uma estrutura de aspecto mamilar, na parede póstero medial da segunda porção duodenal. Pode ser acometida por lesões malignas raras que representam 0,2% dos cânceres gastrointestinais.
O pico de incidência se dá, em média, na sétima década de vida, sendo o sexo masculino o mais prevalente, seguindo a proporção de 2:1. O seu prognóstico é sombrio e o tipo histológico tem importante impacto sobre o mesmo. Sendo assim, a detecção precoce é de extrema valia, já que influencia em uma melhor resposta ao tratamento.
O quadro clínico é inespecífico e está relacionado com a obstrução pancreatobiliar, levando a icterícia, dor abdominal e anemia. Para o diagnóstico, é fundamental a classificação histopatológica e a realização de exames de imagem, e a colangioressonância magnética é descrita como padrão ouro. O tratamento se faz pela duodenopancreatectomia, sendo o único de possibilidade curativa.

Comentários finais

O diagnóstico precoce dos tumores periampulares é fundamental para um melhor prognóstico, visto que tem um impacto direto na sobrevida dos pacientes. A investigação deve ser direcionada em pacientes com quadro clínico compatível e confirmação diagnóstica por meio de exames laboratoriais e radiológicos. O tamanho, a invasão linfonodal e o grau de ressecabilidade curativa do tumor são fatores importantes na evolução da doença e o único tratamento disponível e potencialmente curativo é cirúrgico.

Palavras-Chave

adenocarcinoma de papila duodenal maior, cirurgia de whipple, Câncer de papila duodenal