Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DE ACALÁSIA ASSOCIADA A DIVERTICULO ESOFÁGICO EPIFRÊNICO EM PACIENTE COM MÚLTIPLAS COMORBIDADES– RELATO DE CASO.
Apresentação do Caso
Paciente do sexo masculino, 75 anos, portador de doença policística hepática, renal e pancreática, hipertensão arterial, dislipidemia, miastenia gravis, síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), obesidade e arritmia evoluindo há 3 meses com quadro recorrente de febre, calafrios, astenia e hiporexia. Durante este período, foi diagnosticado com broncopneumonias de repetição e no último mês com alteração nas provas de função hepática. Foi transferido para hospital de referência após 21 dias de ATB de amplo espectro com melhora dos marcadores hepáticos/canaliculares, porém com persistência de piora clínica e marcadores inflamatórios/infecciosos elevados. No hospital, o paciente foi submetido a RNM abdominal e colangioressonância que descartou qualquer processo infeccioso vigente. Realizada TC de tórax que demonstrou achados compatíveis com broncopneumonia e formação diverticular no terço inferior esofágico com conteúdo hidroaéreo no seu interior. Submetido a uma endoscopia digestiva que observou grande divertículo esofágico distal com conteúdo alimentar no seu interior, sem lesão de mucosa, e raio-x contrastado que demonstrou: grande formação diverticular esofágica medindo cerca de 7,2 cm retencionista e com refluxo de conteúdo para esôfago proximal. Solicitada manometria esofágica, que evidenciou acalasia do tipo II de Chicago. O paciente foi avaliado pela equipe da cirurgia que contraindicou abordagem cirúrgica e então foi submetido a cardiomiotomia endoscópica sem intercorrências. Paciente evoluiu de forma satisfatória com boa aceitação e progressão da dieta no pós-operatório. Realizou raio-x contrastado no 4o PO que demonstrou esôfago pérvio, persistência do divertículo e refluxo gastroesofágico, confirmando a eficácia da cardiomiotomia. Paciente obteve alta hospitalar no 5o PO.
Discussão
O divertículo epifrênico é uma condição rara e mais de 75% dos casos está associada a dismotilidade esofagiana, como acalasia, por isso é fundamental o estudo manométrico antes da decisão terapêutica. A cardiomiotomia endoscópica para tratamento da acalasia foi descrita em 2010 e atualmente vem ganhando espaço como uma opção minimamente invasiva com eficácia equivalente a abordagem cirúrgica.
Comentários finais
Este relato demostra a importância de opções terapêuticas alternativas à cirurgia, principalmente em pacientes com risco cirúrgico elevado, e que demonstrem eficácia e baixos índices de complicações
Palavras-Chave
Acalásia; Tratamento endoscópico; Cardiomiotomia endoscópica;
Área
Endoscopia - Endoscopia digestiva alta
Autores
Deborah Marques Centeno, Rodrigo Rezende Zago, Marco Aurelio D´assunção, Lisa Rodrigues da cunha Saud , Marta Mitiko Deguti , Natalia Sousa Freitas Queiroz, Savério Tadeu Noce Armellini, Daniel Moribe, Kiyoshi Hashiba, Rubens Antonio Aissar Sallum