XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Descolamento e remoção de stent biliar parcialmente recoberto com o auxílio de balão dilatador, posicionado entre o stent e a parede da via biliar. Relato do caso

Apresentação do Caso


Paciente feminina, 52 anos, submetida a colecistectomia videolaparoscópica por colelitíase sintomática, com lesão iatrogênica da via biliar no ato operário, corrigida com anastomose término-terminal da via biliar extra-hepática. Evolui com estenose precoce da anastomose, sendo inicialmente tratada com stent biliar metálico totalmente recoberto. Após melhora do quadro incial, com cerca de 20 dias após a aplicação do stent, paciente apresentou recorrência do quadro colestatico associado a colangite e estenose, devido a migração do stent recoberto. Optou-se, nesse momento, pela aplicação de stent metálico parcialmente recoberto. A paciente evolui assintomática, com melhora clínica e laboratorial por doze meses, quando se iniciaram as tentativas de remoção do stent. A contrastação da via biliar mostrava significativo crescimento endoluminal no segmento proximal do stent e à mobilização com pinça de corpo estranho, o stent se mostrava fortemente aderido a via biliar. Nessa ocasião se optou pela pela estratégia de “stent dentro de stent”, aplicando-se stent totalmente recoberto com reabordagem dentro de duas semanas. Na segunda abordagem, não se obteve progresso no descolamento do stent, sendo aplicado novo stent totalmente recoberto. Na terceira abordagem, após manipulação do stent com pinça de corpo estranho, foi possível aplicar um fio entre o stent e a via biliar, permitindo o uso de um balão de dilatação, sob controle fluoroscópico, o qual foi inflado no segmento aderido, auxiliando no descolamento e retirada do stent.

Discussão

O uso de stents parcialmente ou não recobertos em patologias benignas do trato digestivo é questionado e sua remoção se torna um grande desafio na prática endoscópica. As técnicas descritas para a remoção desses stents são muitas vezes utilizadas em conjunto, somando seus resultados para o objetivo final. Descrevemos aqui uma técnica inédita que, se usada com a devida cautela, pode auxiliar no manejo desses casos.

Comentários finais

Mesmo com as dificuldades associadas à remoção do stent, a curto prazo, o resultado foi positivo, com resolução da estenose da via biliar.

Palavras-Chave

endoscopic biliary stenting, self-expandable metal stents (SEMS) biliary

Área

Endoscopia - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada

Autores

RENE RODRIGO CARDOZO PACHECO, CLAUDIO ROGERIO SOLAK, LILIAM APARECIDA DELMONICO DE OLIVEIRA