Dados do Trabalho
Título
Esofagectomia minimamente invasiva para tratamento de GIST de esôfago: um caso raro
Resumo
Apresentação do Caso
Paciente feminina de 67 anos encaminhada ao serviço de cirurgia do aparelho digestivo com história de disfagia progressiva há 1 ano associada a dor torácica e perda ponderal de 10 kg. Endoscopia digestiva alta realizada durante investigação revelou lesão submucosa elevada na parede do esôfago de 32 a 35 cm da arcada dentária superior ocupando 40% da luz do órgão. Ecoendoscopia: origem da lesão na camada muscular própria. Punção por agulha fina: quadro citológico de proliferação fusocelular.
Proteína S100 negativo, Desmina negativo, CD34 positivo, C-KIT positivo, DOG 1 positivo confirmando tumor estromal gastrointestinal (GIST). Tomografia de estadiamento revelou lesão primária de 4 cm na região de transição entre o esôfago médio e distal sem sinais de lesões secundárias. Em vista desses achados foi optado pela realização de Esofagectomia subtotal toracoscópica com confecção de tubo gástrico e anastomose cervical. A paciente apresentou fístula na anastomose cervical tratada clinicamente com sucesso e recebeu alta no 14° dia após a cirurgia.
Discussão
Os tumores estromais gastrintestinais representam 1% dos tumores malignos do aparelho digestivo, ocorrendo com maior frequência no estômago e no intestino delgado, sendo a ressecção primária o tratamento padrão ouro. O esôfago é raramente acometido, sendo apenas 5% desses tumores localizados neste órgão. Por ter origem na camada muscular própria, o leiomioma esofágico é o principal diferencial de GIST e para o correto diagnóstico pode ser necessária a realização de painel imuno-histoquímico após punção por agulha fina. Alguns guidelines recomendam a enucleação endoscópica para lesões esofágicas menores que 2 cm em que seja possível a obtenção de ressecção R0 sendo necessário tratamento cirúrgico para lesões maiores como nesse caso.
Comentários Finais
Os raros casos de acometimento esofágico por GIST representam um desafio para cirurgião sendo fundamental o acompanhamento em centros especializados com alto volume em cirurgias de esôfago. Uma vez indicada esofagectomia, a via minimamente invasiva é sabidamente a melhor opção por resultar em menor morbidade e recuperação cirúrgica precoce.
Palavras-Chave
GIST, esofagectomia, cirurgia minimamente invasiva, toracoscopia
Área
Cirurgia - Esôfago
Autores
Marcel Povlovitsch Seixas, Francisco Carlos Bernal da Costa Seguro