XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

A fisiopatologia das fístulas colecisto-entéricas, Síndrome de Mirizzi e o íleo biliar – Relato de caso e revisão de literatura.

Apresentação do Caso

Paciente S.M. A. 67 anos , com história pregressa de longa data de dispepsia hipostênica, com períodos de arrefecimento, foi admitida no pronto socorro após 4 dias do início dos sintomas, com quadro sindrômico de abdome agudo obstrutivo e anatômico de suboclusão intestinal alta. Apresentava quadro de desidratação importante com sequestração de fluidos para terceiro espaço e consequente insuficiência renal pré-renal. Foi tratada com sintomáticos e prontamente solicitada passagem de sonda nasogástrica que evidenciou alto débito de secreção fecalóide. Seu Rx simples de abdome evidenciou presença de níveis líquidos em escada, edema de parede de alças de delgado e sinais de dilatação e edema das válvulas coniventes, além de presença de aerobilia/pneumobilia, indicativo de fístula biliodigestiva e presença de imagem radiopaca em fossa ilíaca direita. Além disso, na região do quadrante inferior direito do abdome havia imagem radiopaca concêntrica compatível com formação litiásica intraluminal em região do íleo terminal.

Discussão

Devido aos sintomas não específicos, o retardo no diagnóstico ocorre numa média de cerca de 7 dias após o início dos sintomas 10; 50% dos pacientes tem queixas dispépticas menores de longa data, o que corrobora o quadro da paciente em tela.
Os principais achados no Rx simples de abdome são representados pela tríade de Rigler (pneumobilia, cálculo radiopaco ectópico e sinais de obstrução intestinal) 11, e foram encontrados no quadro supra descrito. A tomografia de abdome também ratificou os principais achados da literatura representados por pneumobilia, obstrução de intestino delgado, cálculo ectópico de tamanho grande e sinais de colecistite crônica.
Tratamento. Os tratamentos clássicos são apresentados a seguir:
1.Enterolitotomia
2.Enterectomia segmentar
3. Procedimento de reparo em 1 tempo (enterolitotomia, colecistectomia e reparo da fístula bíliodigestiva)
4. Procedimento de reparo em 2 tempos (enterolitotomia no tempo 1 e após 6 semanas colecistectomia e reparo da fístula) que foi a opção tomada em nosso serviço.

Comentários finais

As obstruções decorrentes do íleo biliar representam menos de 1% dos casos e com frequência maior entre os de idade avançada; a enterolitotomia permanece o tratamento padrão ouro para esses pacientes, diminuído a morbimortalidade em relação à procedimentos mais invasivos como a abordagem primária da via biliar. A paciente em tela apresentou ótima evolução pós-operatória e segue para correção eletiva da fístula biliar.

Palavras-Chave

FÍSTULAS COLECISTOENTÉRICAS, SÍNDROME DE MIRIZZI, ÍLEO BILIAR

Área

Cirurgia - Fígado

Autores

CARLOS GUILHERME GIAZZI NASSRI, ADRIANA BASSANI NASSRI, GIULIA BASSANI GIAZZI NASSRI, GIULIO STANCO COSCINA NETO, CICERO CARDOSO SOUZA, MARCO ANTONIO SEQUEIRA MENDONÇA, JOAQUIM PEDRO MORAES ANTUNES, ANNA TASSIA VIEIRA MATTOS ARAÚJO, JEFERSON FREITAS BERTAO, GIOVANNA CAIRES CRÚS