XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Fournier em pacientes com COVID 19 – consequência ou coincidência? Uma série de três casos.

Introdução

Além da síndrome de desconforto respiratório agudo grave (SDRAG), pacientes com formas graves de COVID-19, tem experimentado eventos tromboembólicos micro e macrovasculares em diversos sítios orgânicos. O objetivo do presente estudo é relatar três casos de COVID-19 complicados pela síndrome de Fournier (SF), outra patologia potencialmente fatal, também associada a distúrbios microvasculares.

Objetivo

Relatar uma série de três casos de pacientes com SF e COVID-19.

Método

Análise retrospectiva de todos os casos de COVID-19 do HCFMRP-USP e avaliação dos pacientes que desenvolveram SF.

Resultados

Caso 1 - sexo feminino, 63 anos, obesa, hipertensa, diabética, com passado de acidente vascular encefálico isquêmico, dois episódios de infarto agudo do miocárdio e tromboembolismo pulmonar. Internada por COVID-19. Evoluiu com hiperemia e crepitações em grandes lábios e monte púbico, após 15 dias de doença. Foi submetida ao desbridamento amplo da região pubiana, vulva e períneo, além de drenagem de abscesso vulvar e pelvirretal. Realizados curativos diários com hidróxido de magnésio. Após melhora clínica, realizou 10 sessões de oxigenoterapia hiperbárica (OHB) e fechamento da ferida operatória. Caso 2 – Sexo feminino, 66 anos, obesa, diabética e hipertensa. COVID-19 em ventilação mecânica por SDRAG. Após 9 dias de doença, evoluiu com necrose do monte púbico e flogose até grande lábio direito. Foi submetida ao desbridamento cirúrgico amplo até as espinhas ilíacas bilateralmente e grande lábio a direita, sendo posteriormente realizados curativos diários com hidróxido de magnésio e novos debridamentos cirúrgicos. Após melhora clínica, realizou 10 sessões de OHB com melhora significativa e após 3 meses foi realizado fechamento da área cruenta. Caso 3 - paciente do sexo feminino, 20 anos, internada por COVID-19 e plaquetopenia por púrpura trombocitopênica imune (PTI). Apresentou hematoma vulvar espontâneo e doloroso, que progrediu para SF após 14 dias. Realizado desbridamento cirúrgico amplo e curativos diários com hidróxido de magnésio. Evoluiu com melhora de sepse e segue em cuidados intensivos, aguardando início da OHB e fechamento completo da área cruenta.

Conclusão

Realçamos a necessidade de mais estudos para definição de correlação clinica e discussão do diagnostico precoce e prevenção da SF nos pacientes com COVID-19.

Área

Cirurgia - Intestinos

Autores

Léo Dantas, Lucas Fernandes Freitas, Marley Ribeiro Feitosa, José Joaquim Ribeiro Rocha, Omar Féres, Rogerio Serafim Parra