XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST): UM RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Mulher, 65 anos, com quadro de dor abdominal de início súbito em hipocôndrio esquerdo há 15 dias, associada a abaulamento na mesma topografia, nega constipação, náuseas, perda de peso e febre. Diagnosticada com tumor de cólon esquerdo perfurado com metástase hepática. Paciente submetida a laparotomia exploratória com esplenectomia, colectomia esquerda à Hartmann por tumor avançado de cólon esquerdo e colostomia em cólon transverso. Entre os achados cirúrgicos, presença de bloqueio intenso em hipocôndrio esquerdo envolvendo cólon esquerdo, baço e grande curvatura do estômago, por lesão sólida, perfurada e com necrose, além de lesão sólida em segmento hepático IVB. Paciente evolui hemodinamicamente estável em pós operatório, permanecendo em acompanhamento ambulatorial. Resultado de exame histopatológico da peça operatória com conclusão de Tumor Estromal Gastro-Intestinal (GIST) em cólon, de baixo grau histológico, margens livres e presença de necrose em 40% da amostra.

Discussão

Os GISTs, apesar de serem raros, são considerados as lesões subepiteliais malignas mais comuns do TGI, sendo mais frequentes no estômago, intestino delgado, cólon, reto e esôfago. Geralmente quando aparecem no cólon seu principal quadro clínico consiste em dor, presença de massa abdominal, constipação e sangramento retal, podendo apresentar maior potencial de malignidade. O estudo demonstrou uma variante no caso relatado, o GIST de colón, que se portou como um adenocarcinoma gerando obstrução e invadindo estruturas adjacentes. Porém, 15 a 30% dos pacientes podem ser assintomáticos, tendo o diagnóstico incidentalmente. Os GISTs são frequentemente encontrados na endoscopia, sendo esse o melhor exame para o diagnóstico. Em relação ao manejo terapêutico, em sua maioria, a base do tratamento é a ressecção cirúrgica. Naqueles irressecáveis, recorrentes ou metastáticos, é possível utilizar os inibidores da tirosina quinase como tratamento. A taxa de recidiva em 5 anos varia de 10 a 40% em pacientes submetidos a ressecção cirúrgica, sendo o prognóstico influenciado pelo tamanho e índice mitótico do tumor.

Comentários finais

Como relatado, os GIST´s, mesmo que raros, apresentam alta tendência à malignidade. Desse modo, diagnóstico precoce, tratamento correto e acompanhamento rigoroso são esseciais. Logo, o caso relatado traz luz à importância da compressão da patologia na formação médica pois o conhecimento de tais variantes se torna primordial para um melhor prognóstico.

Palavras-Chave

Tumores do Estroma Gastrointestinal, Neoplasias, Cirurgia

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Herlon Lucena Figueiredo, Lucas Freitas França, Rodrigo Lapenda Moraes Barbosa, Pedro Luna Souto Quidute, Juliana Maria Farias Costa, Bárbara Coelho Melo Alves, Maria Carolina Carrazzoni Galindo Firmo, Maria Fernanda Dias Correia Araujo