XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

SUBOCLUSÃO INTESTINAL POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM NEOPLASIA DE CÓLON E SEU DESFECHO SEM ABORDAGEM CIRURGICA

Apresentação do Caso

Feminino, 60 anos, tabagista de longa data, apresenta dor abdominal em cólica há 2 meses associada a distensão abdominal, emagrecimento e hiporexia.
TOMOGRAFIA: Espessamento parietal do ceco e cólon ascendente com significativa redução luminal de suspeita neoplásica.
COLONOSCOPIA: Lesão infiltrante de aproximadamente 25 mm em cólon ascendente, ulcerada, friável, obstruindo grande parte da luz intestinal e impedindo a passagem do aparelho.
BIOPSIA: Processo inflamatório crônico e agudo intensos, com granulomas epitelioides e numerosas estruturas fúngicas ovaladas, compatíveis com Paracoccidioidomicose.

Discussão

A paracoccidiodomicose (PCM) é uma doença fúngica sistêmica rara acometendo 0,71 a 3,70 em 100.000 habitantes. Causada por fungos termodimórficos de duas espécies: Paracoccidioides brasilienses e Paracoccidioides lutzii. Por não ser doença de notificação compulsória, é subnotificada. É uma doença multissistêmica que pode aparecer em qualquer órgão ou sistema, pulmão em 90% das vezes, sendo comum na pele e em via digestiva superior. Pode manifestar com diversas formas clínicas, os principais fatores de risco podem contribuir para chegar ao diagnóstico. O padrão ouro é a detecção do fungo em um exame a fresco após coleta de material no sítio acometido. A paracoccidiodomicose pode acometer qualquer órgão ou sistema e apresenta achados clínicos cuja variedade dificulta sua classificação. A forma crônica, com 74-96% de prevalência, acomete adultos entre 30 a 60 anos de idade, predominando no sexo masculino. Se instala de forma lenta com “picos” de sintomas e apresenta evolução indefinida com gravidade variável. O acometimento do pulmão esta presente em 90% das infecções, podendo também acometer vias aerodigestivas superiores e pele. A internação pela doença nem sempre é indicada, avaliando principalmente a estabilidade clínica, complicações e comorbidades prévias do paciente. O tratamento consiste basicamente na administração de antifúngicos, sendo recomendado Itraconazol ou Anfotericina B. O fungo apresenta baixa resistência a esse tipo de medicação, em geral, com boa resposta ao tratamento.

Comentários finais

O relato de caso acima tem o objetivo de evidenciar um caso raro e com um grande desfecho ao tratamento clínico, principalmente quando se teve uma suspeita de neoplasia. Destaca-se a resolução de uma semioclusão intestinal sem abordagem cirúrgica e notável regressão da doença.

Palavras-Chave

Paracoccidiodomicose; colonoscopia; obsrução intestinal

Área

Endoscopia - Colonoscopia

Autores

Luiz Guilherme Parma Caputo , Lucas Parma Caputo, Luiz Felipe Parma Caputo, Leticia Brito Del Picchia Faria, Marina De Oliveira Verissimo, Luiz Fernando Caputo