XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Cisto esplênico: relato de caso

Apresentação do Caso

Mulher, 20 anos, dor abdominal de moderada intensidade em hipocôndrio esquerdo há 1 ano com piora há 3 meses associada ao aumento do volume abdominal de forma assimétrica, mais acentuado à esquerda. Realizou USG de abdome total evidenciando baço de dimensões aumentadas, ocupado por nódulo cístico isoecogênico com finos debris em suspensão, aspecto espesso, medindo cerca de 21,9 x 20,2 x 18,2cm (Volume subestimado: 4216cm³), ultrapassando a linha média e estendendo-se para a fossa ilíaca esquerda, comprimindo órgãos adjacentes. Paciente submetida à laparotomia exploradora, que revelou volumoso cisto esplênico, submetida a esplenectomia. Sem demais achados intraoperatórios. Não houve complicações no período pós-operatório, e a alta hospitalar ocorreu no terceiro dia. Na avaliação macroscópica peça medindo 20x11x7cm pesando 415g. No corte presença de cavidade cística medindo 17cm parede espessada e esbranquiçada. No estudo microscópico, parênquima esplênico com leve expansão da polpa vermelha com áreas de fibrose e presença de formação cística revestida de epitélio escamoso estratificado sem atipia não foram observados parasitas. A cultura do líquido do cisto negativa. Anatomopatológico cisto epitelial esplênico.

Discussão

A paciente apresentada referiu conhecimento prévio do cisto devido a exame de imagem realizado na adolescência, porém assintomática até então. Cisto evoluiu com aumento progressivo, quando iniciaram os sintomas de dor e náuseas provavelmente relacionados a distensão da cápsula esplênica.
Cistos esplênicos são raros e em sua maioria os cistos são assintomáticos e diagnosticados de forma incidental em exames de imagem, acometem mulheres entre 2ª e 3ª década de vida sendo em sua maioria benignos sem componente sólido, podendo acometer a faixa etária pediátrica. O diagnóstico é feito através de exames de imagem, sendo que a forma definitiva apenas com anatomopatológico. Podem causar náusea, vômito e dor abdominal por compressão local. O tratamento é a esplenectomia principalmente para cistos grandes com mais de 5cm, pois esses têm maior chance de complicações.

Comentários finais

Por se tratar de acometimento incomum, os cistos esplênicos são diagnósticos diferenciais de visceromegalias abdominais em pacientes jovens. Faz-se necessário o exame de imagem para elucidação diagnóstica. A terapêutica envolve abordagem cirúrgica, minimamente invasiva ou conservadora, sendo a melhor conduta aplicada baseada na particularidade de cada caso

Palavras-Chave

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

Monique Raquel Barbosa de Queiroz Fonseca, Décio Luiz da Silva Mazzini, Ciro Carneiro Medeiros, Christian Bornia Mattavelli, Antonio Henrique Rebolho Batista da Silva, Igor Arantes Góes, Juliana Yassmin Alves da Costa