XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

PANCREATITE AUTOIMUNE MIMETIZANDO NEOPLASIA DE PÂNCREAS

Apresentação do Caso

Paciente sexo feminino, 27 anos, hígida, tabagista, com dor em epigástrio, náuseas, sintomas colestáticos e perda ponderal de 15 kg. Laboratoriais: FALC 554 GGT 1760 BT 5,6 BD 5,3. ColangioRM: aumento volumétrico da cabeça e processo uncinado do pâncreas, de aspecto nodular , com hiposinal difuso em T1, com realce retardado ao meio de contraste e transição abrupta do calibre do colédoco distal a nível da cabeça pancreática, com dilatação de vias biliares intra e extra hepáticas e vesícula hidrópica. Ducto pancreático principal de calibre preservado. TC Abdome: aumento difuso e heterogêneo do pâncreas, com perda da morfologia lobulada e hiporrealce heterogêneo ao contraste, com compressão do segmento intrapancreático do colédoco e moderada dilatação das vias biliares, envolvendo a veia mesentérica superior, junção esplenomesentérica e veia porta em mais de 180 graus. TC Tórax sem alterações. Realizado CPRE com passagem de prótese plástica para drenagem de via biliar e ECOEDA com biópsia – AP: Pancreatite crônica com plasmócitos, fibrose e focos reagudização. Sem sinais de malignidade. Imunohistoquímica favorece pancreatite crônica. IgG Total 956mg/dL IgG 1 444mg/dL IgG 2:305,7mg/dL IgG 3 26,3mg/dL IgG 4 35,7mg/dL. Realizado tratamento clínico com prednisona por 4 semanas devido etiologia autoimune. Paciente evoluiu bem, assintomática, nega sintomas colestáticos, náuseas, vômitos ou febre. RM Abdome controle com redução do edema pancreático, diminuição do realce heterogêneo prévio e com boa resposta a corticoterapia. Indicada retirada de prótese biliar e seguimento ambulatorial.

Discussão

Pancreatite autoimune é relacionada à doença sistêmica relacionada a IgG4. Diagnosticada por imagem, histopatológico e boa resposta ao tratamento com esteróides. É inflamação crônica do pâncreas, com sintomas biliares e pancreáticos, IgG4 sérico alto e acúmulo de plasmócitos que expressam IgG4 nos órgãos afetados. Segundo a literatura, pode ser dividida em Tipo 1: relacionada a IgG4, infiltração de células plasmáticas portadoras de IgG4 do pâncreas, pode afetar vários órgãos e Tipo 2: pancreatite com lesões epiteliais granulocíticas no ducto pancreático sem células IgG4 ou envolvimento sistêmico.

Comentários finais

Em casos como o relatado, é de suma importância excluir neoplasia pancreática antes de confirmar pancreatite autoimune e também, manter seguimento do paciente após diagnóstico, pois há relatos de desenvolvimento adenocarcinoma em portadores de pancreatite autoimune.

Palavras-Chave

PANCREATITE AUTOIMUNE, IGG4, NEOPLASIA PÂNCREAS

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

MARIANA ARAÚJO SANTOS, FRANZ ROBERT APODACA TORREZ, ALBERTO GOLDENBERG, PARISINA FRAGA DUTRA CABRAL CARVALHO, ORLANDO RONDAN ZOTTI, EDSON JOSÉ LOBO