XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

COLECISTITE AGUDA POR METÁSTASE DE DISGERMINOMA - RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Mulher, 28 anos, hígida, com dor em abdome superior, náuseas, vômitos, calafrios e perda de 10kg em 1 mês. Relata Colecistectomia VLP convertida há 50 dias, por colecistite aguda litiásica e abscesso perivesicular - anatomopatológico da peça cirúrgica: Carcinoma de células claras. IHQ: tumor germinativo maligno do tipo seios endodérmicos. Manteve dor abdominal após cirurgia, realizado CPRE no 14º PO com colédoco 18mm, coledocolítiase, esfincterotomia e passagem prótese biliar plástica por impossibilidade extração cálculo. Leucócitos 17040 com desvio à esquerda e PCR 334. TC Abdome: coleção hepática em lobo D, com focos gasosos, 640 mL, componente sólido, provável metástase hepática abscedada e múltiplos nódulos em subcutâneo, peritônio, parede e cavidade abdominal suspeitos. Indicado drenagem de abscesso por RI, evoluiu bem. Marcadores tumorais CEA 0,92 Alfafetoproteína 732 CA 19-9 1,6. Revisão de lâmina de anatomopatológico: metástase de neoplasia primária germinativa do tipo disgerminoma. Imunohistoquímica: CD10 - CK7 - KI-67 + 40% das células neoplásicas PAX-8 + AE1AE3 + BHCG - PLAP + AFP - CA19.9 - CD117 + Vesícula biliar neoplasia primária germinativa de tipo disgerminoma. Iniciado QT com Carboplatina + Etoposideo 3 ciclos. TC Abdome controle com aumento de metástases hepáticas, a maior de 14,0x12,0x13,0 cm, envolve tronco portal, implantes no subcutâneo, peritônio, mesentério, omento maior, recesso supramesocólico esquerdo, goteira parietocólica direita, parede abdominal e pelve. Ascite moderada. Indicada 2ª linha QT com Paclitaxel + Cisplatina + Ifosfamida por 4 ciclos, boa resposta clínica, diminuição AFP 1,77 e TC com redução das lesões metastáticas e implantes. Atualmente, paciente bem, ECOG 0, gestante 20 semanas, em seguimento ambulatorial com Oncologia e no Pré Natal alto risco.

Discussão

Neoplasia maligna de vesícula biliar tem prognóstico ruim, sobrevida em 5 anos relatada de 5%, subtipo mais comum adenocarcinoma. Fatores de risco: colelitíase, vesícula em porcelana e adenoma. Segundo a literatura, carcinoma de células claras, diagnóstico no AP inicial, é menos de 1% de todas as doenças malignas da vesícula biliar e revisão de lâmina sugeriu disgerminoma, neoplasia comum em órgão ginecológico, raramente descrita na literatura como sítio primário ou metastático na vesícula biliar.

Comentários finais

As neoplasias de vesícula biliar podem ter como apresentação inicial quadro de colecistite aguda e confirmação após anatomopatológico.

Palavras-Chave

NEOPLASIA VESICULA BILIAR, DISGERMINOMA,

Área

Cirurgia - Pâncreas

Autores

MARIANA ARAÚJO SANTOS, FRANZ ROBERT APODACA TORREZ, ALBERTO GOLDENBERG, PARISINA FRAGA DUTRA CABRAL CARVALHO, ORLANDO RONDAN ZOTTI, EDSON JOSÉ LOBO