XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Eficácia do Vonoprazam na Motilidade Esofagiana Ineficaz e Refluxo ácido em paciente com Doença do Refluxo Gastresofágico refratária: relato de caso.

Apresentação do Caso

Paciente VLAA,56 anos, médica e professora,natural e residente de Belo Horizonte/MG, hígida,iniciou rouquidão recorrente em 2012. Diagnosticada com Doença do Refluxo Gastroesofágico(DRGE) após Endoscopia Digestiva Alta (EDA):esofagite erosiva grau B Los Angeles e edema de região interaritenóidea.Avaliada pela otorrino e encaminhada à fonoterapia devido à refratariedade da disfonia, mesmo em uso de Pantoprazol 40 mg duas vezes ao dia. Manteve uso irregular de Pantoprazol 40 mg até 2018 quando intercorreu com disfagia e impactação alimentar.Nova EDA: manteve padrão do exame anterior. Biópsia esofágica negativa para EoE. Excluídas doenças do colágeno.Manometria de Alta Resolução (MAR):Aperistalse Esfincter esofágico Inferior(EEI)hipotônico.Iniciado dexlansoprazol 60 mg e posteriormente manteve uso intercalado com Pantoprazol 40 mg por cerca de um ano. Devido a persistência de disfonia e disfagia realizou nova MAR:Motilidade esofágica inefetiva(MEI) com 100% de ondas inefetivas,EEI hipotônico,de acordo com a Classificação de Chicago 3.0. pHimpedanciometria em uso de Dexlasoprazol 60 mg detectou refluxo ácido e não ácido patológicos com Índice de Sintomas(IS)30.8%.Por recusa à indicação cirúrgica paciente manteve uso de Dexlansoprazol 60 mg até 2021;quando por persistência de sintomas optou-se pelo Vonoprazan 20 mg dia.Previamente ao início da droga foi realizada MAR mostrando manutenção da MEI,com 80% de ondas inefetivas.Após 62 dias de uso regular da medicação, paciente relatava melhora de disfagia e disfonia, porém com aumento de eructações.Foi realizada nova MAR: Motilidade esofágica normal.pHimpedanciometria em uso de Vonoprazan:refluxo ácido fisiológico(DeMeester 3,2),com refluxo não ácido e gasosos.IS de 70% e Probabilidade de Associação de Sintomas de 100%.

Discussão

A DRGE refratária aos IBP é um desafio,levando a piora de qualidade de vida, complicações como esofagites, alterações histopatológicas e de motilidade que ajudam a perpetuar a doença. O Vonoprazam é uma novo agente disponível em nosso meio. É um bloqueador de canal de potássio com eficácia muito superior aos inibidores de Bomba de prótons no controle ácido gástrico e da esofagite e provavelmente na melhoria da motilidade do esôfago nos pacientes portadores de MEI secundárias a DRGE.

Comentários finais

O Vonoprazam torna-se uma opção terapêutica na DRGE refratária com MEI. Até onde sabemos este é o primeiro estudo Nacional que estabelece esta ação terapêutica, embora estudos com maior casuística precisem ser realizados.

Palavras-Chave

DRGE refrataria. Motilidade esofagiana inefetiva. Vonoprazam.

Área

Gastroenterologia - Esôfago

Autores

Luciana Matoso Murta Fonseca, Vera Lucia Angelo Adrade