Dados do Trabalho
Título
CISTO DE COLÉDOCO COM DEGENERAÇÃO MALGINA SIMULTÂNEA A COLEDOCOLITÍASE: RELATO DE CASO
Apresentação do Caso
Paciente feminina, 69 anos, com história de astenia e hiporexia por 3 meses, evoluindo com icterícia, colúria, acolia fecal e febre. Chegou a apresentar hipotensão e rebaixamento do sensório, necessitando internação em pronto socorro, onde recebeu medidas gerais de suporte e antibioticoterapia, com consequente melhora do quadro e posteriormente alta sem elucidação etiológica. Foi encaminhada a um serviço de cirurgia do aparelho digestivo, no qual foi avaliada e de notório ao exame físico, a paciente encontrava-se em regular estado geral e levemente ictérica. Durante a investigação ambulatorial, realizou-se Tomografia Computadorizada (TC) de abdome e ecoendoscopia com biópsia, que evidenciaram coledocolitíase, cisto de colédoco, massa sólida vegetante em via biliar proximal. Marcadores tumorais: CEA: 2,94; Ca 19-9: 20,89; Alfafetoproteína: 92,2. Como medida terapêutica, optou-se por opção cirúrgica por laparotomia com incisão mediana, em que foi realizada ressecção da via biliar extra-hepática com anastomose hepáticojejunal em Y-de-Roux e aposição de dreno de Blake n° 24 em flanco direito. O pós operatório evoluiu sem intercorrências, recebendo alta no 7° dia. À biópsia, constatou-se colangiocarcinoma extrahepático, moderadamente diferenciado.
Discussão
Cistos de colédoco são uma dilatação cística congênita rara do trato biliar. Apresentam incidência oscilante, comprometendo cerca de um a cada 150 mil nascidos vivos e sendo mais observados em crianças do sexo feminino, além de apresentar manifestação predominantemente antes dos 10 anos de idade. A apresentação costuma ser dor abdominal, sintoma mais comum, podendo ser acompanhada de vômito, febre e icterícia. O diagnóstico geralmente é feito por Ultrassonografia (USG), Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) e TC abdominal, e a confirmação da degeneração maligna se dá por avaliação histopatológica. A hepaticojejunostomia em Y-de-Roux consiste na abordagem terapêutica mais recomendada para esses casos, e como complicações pós-operatórias pode-se citar, colangite, pancreatite, insuficiência hepática e obstrução intestinal por bridas.
Comentários finais
A degeneração maligna de cistos de colédoco é uma condição rara e com sintomatologia inespecífica. Apesar da conduta cirúrgica apresentar bons resultados prognósticos, a incidência de câncer após a cirurgia varia de 0,7% a 6%. Logo, recomenda-se que esses pacientes tenham acompanhamento longitudinal por meio de USG e avaliação de função hepática.
Palavras-Chave
Cisto do Colédoco; Coledocolitíase; Doenças dos Ductos Biliares.
Área
Gastroenterologia - Pâncreas e Vias Biliares
Autores
ENZO STUDART DE LUCENA FEITOSA, ALLYSSON BRUNO RAPHAEL BRAGA, CASSIO CORTEZ DOS SANTOS, OLAVO NAPOLEÃO DE ARAUJO JUNIOR, PEDRO LUCENA DE AQUINO, ARTHUR ANTUNES COIMBRA PINHEIRO PACÍFICO, GUSTAVO NEVES PINTO, IANA VITORIA ARAUJO MARQUES, DANIEL KEVIN ALENCAR FORTE FEIJÓ, GEORGE CAJAZEIRAS SILVEIRA FILHO, VITTORIO SANTOS TOMAZ, FABIO AUGUSTO XEREZ MOTA, BARBARA MATOS DE CARVALHO BORGES