Dados do Trabalho

Título

Prevalência de lesões não polipoides do cólon em ambos os sexos

Introdução

O câncer colorretal é o terceiro tumor não dermatológico mais prevalente no mundo e corresponde ao segundo em número de óbitos. No Brasil, ele é o segundo mais incidente tanto em homens quanto em mulheres, sendo responsável por mais de 10 mil mortes em cada sexo. A colonoscopia é um exame de grande importância na prevenção desta neoplasia, permitindo o diagnóstico precoce e tratamento.

Objetivo

Avaliar características endoscópicas e histopatológicas de pacientes submetidos à ressecção por colonoscopia de lesões não polipóides e compará-las em ambos os sexos.

Método

Realizou-se revisão de prontuários de pacientes submetidos à ressecção por mucosectomia de lesões não polipoides de cólon no período de 2015 a 2019 em um centro de referência em endoscopia digestiva. As variáveis consideradas foram sexo, idade, morfologia da lesão pela Classificação de Paris, tamanho, localização e histopatologia. Os dados foram compilados e analisados no programa Epi Info®. Considerou-se p< 0,05 significativo estatisticamente.

Resultados

Foram inclusos 875 pacientes, 54,7% mulheres e 45,3% homens, com idade média de 64,5 anos [DP ±11 anos]. Encontraram-se 156 (17,8%) lesões IIa e 4 (0,5%) IIb, além de 715 (81,7%) lesões de crescimento lateral. 81,2% tinham até 20 mm no maior eixo e estavam localizadas principalmente no cólon ascendente e transverso (33,1% e 19,4% respectivamente). Quanto à histologia, 479 (54,7%) eram neoplasia intraepitelial (NIE) de baixo grau, 153 (17,5%) NIE de alto grau e 13 (1,5%) adenocarcinoma precoce. Havia também 124 (14,2%) lesões hiperplásicas e 92 adenomas sésseis serrilhados com displasia de baixo (89; 10,2%) e alto grau (3; 0,3%). Além disso, 14 (1,6%) eram erosões reparadas. Entre os sexos, não houve diferença de faixa etária (p=0,18), morfologia (p=0,14) e tamanho (p=0,79), mas mulheres apresentaram lesões serrilhadas mais frequentemente (p=0,01). Por fim, no sexo masculino, encontraram-se mais lesões distais ao ângulo esplênico, enquanto que no feminino elas são significativamente mais proximais (p=0,04).

Conclusões

A maioria dos pacientes estudados eram mulheres idosas, que foram diagnosticadas com lesões de crescimento lateral de até 20 mm, cuja histologia era NIE de baixo grau. Ademais, verificou-se que no sexo feminino há uma maior frequência de lesões proximais ao ângulo esplênico e de histologia serrilhada comparada aos homens.

Palavras-Chave

lesão não polipóide de cólon, colonoscopia, mucosectomia, lesão serrilhada, cancer de cólon