XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Revisão Literária acerca da Doença do Refluxo Gastroesofágico como complicação da Cirurgia Bariátrica Sleeve

Introdução

A cirurgia bariátrica é um procedimento cada vez mais procurado devido ao aumento da obesidade da população, e uma das preocupações acerca da cirurgia é o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) no paciente pós bariátrica. Vale salientar que dependendo do método escolhido há uma diferença na incidência da patologia, sendo um fator determinante no momento de escolha do procedimento.

Objetivo

Realizar uma revisão literária sobre a DRGE como complicação nos pacientes pós cirurgia de gastrectomia sleeve (GS), e compará-la com a cirurgia By-Pass (BP).

Método

Foram utilizados para este trabalho dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e artigos do Scielo.

Resultados

A obesidade representa uma preocupação geral de diversas especialidades médicas, especialmente dos cirurgiões do aparelho digestivo, que segundo a SBCBM, realizaram 68.530 cirurgias bariátricas no ano de 2019 apenas no território nacional. A técnica mais empregada no Brasil ainda é a gastrectomia BP (estima-se que 75% das cirurgias realizadas), porém a GS vem se tornando opção de muitos cirurgiões no Brasil devido à perda de peso considerável se comparada à técnica BP, e por ter boa eficácia sobre o controle de dislipidemias. Entretanto, a técnica de GS pode levar a complicações posteriores que resultam na necessidade de conversão da cirurgia realizada em BP, sendo a principal dessas complicações a DRGE, causada principalmente pela alteração do ângulo esofagogástrico induzida pela cirurgia, hipotonia do esfíncter esofágico inferior (EEI) causada pela divisão das fibras musculares e a diminuição do volume gástrico, gerando aumento da pressão intra-gástrica. É importante salientar que a maioria dos pacientes que desenvolveram a DRGE posteriormente à GS não apresentavam sintomas ou quaisquer alterações nos exames realizados antes, como pHmetria, manometria e a endoscopia digestiva alta, demonstrando que alterações nestes exames como hérnia hiatal, esofagites erosivas e esôfago de Barrett são resultantes da técnica cirúrgica empregada. Condições essas que diversos pacientes relataram não haver melhora dos sintomas ao tratamento com IBP.

Conclusão

Estudos correlacionaram a influência da cirurgia Sleeve com a DRGE, devido à disfunção do EEI e de fatores como a alteração do ângulo esofagogástrico. Com isso, torna-se importante levar em consideração na hora da escolha do procedimento a ser adotado para a bariátrica, visando a diminuição da morbidade.

Palavras-Chave

Cirurgia Bariátrica; Refluxo Gastroesofágico; Sleeve.

Área

Cirurgia - Obesidade

Autores

Eduardo Sarmento do Ó, Vitor Manoel Lima Caraveta, Jordan Gomes de Queiroga, Mayane Maria Fernandes dos Santos, Guilherme Cavalcante Pascoal, Isabella Vieira do Ó, Vívian Maria Maia, Ana Clara Cardoso do Ó, Caio Alberto Nóbrega dos Santos, Marianna de Oliveira Brito, Dário Rique de Andrade Lima, Mayssa Martim Furtado Lacerda, Maria Amélia Almeida Pereira