XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

MANEJO DE COMPLICAÇÕES DURANTE USO DE IMUNOBIOLÓGICO EM PACIENTE COM DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO

Apresentação do Caso

Apresentação de caso: LAPS, 36 anos, diagnóstico de Doença de Crohn (DC) ileocolônica, estenosante, há 16 anos. Terapia inicial: Mesalazina e Azatioprina. Três anos após evoluiu com suboclusão intestinal e submetido à ileotiflectomia. Colonoscopia: atividade moderada de doença e estenose da anastomose. Iniciada azatioprina e anti-TNF (Adalimumabe) 11 anos após por perda de seguimento. Rastreio infeccioso e sorologias negativas. Interrupção terapêutica após 4 doses, devido arbovirose (sorologia Dengue +). Retomada um mês após evoluindo com boa resposta. Há um ano e três meses, apresentou quadro de tosse seca, febre 40º vespertina e diária, sendo suspenso tratamento. PCR Covid-19 negativo. Radiografia de tórax normal e sorologias negativas. PPD 20mm. Iniciado esquema RIPE. Duas semanas após: dor abdominal, náuseas, vômitos, hematoquezia, febre, plaquetas 82 mil, PCR 203; TGO 192; TGP 146; FA 154; GGT 396. Suspenso RIPE. Tomografia de tórax: sugestiva de tuberculose pulmonar (TB). Broncoscopia: PCR para M.tuberculosis, baciloscopia e cultura para fungos, negativos. Tentativa de reintrodução escalonada das drogas. Após 2 meses, icterícia 3+/4+ e laboratório: TGO 428; TGP 738; FA 439; GGT 310; BT 10,5; BD 4,31; BI 6,2. Nesse período, atividade leve DC e PCR 22,6. Iniciado Ustequinomabe e esquema alternativo para TB (Amicacina 3x/semana). Segue em investigação de colestase crônica: elastografia hepática-23,35kpa e colangiorresonância- hepatopatia crônica e vias biliares normais.

Discussão

Discussão: Os anti-TNF são primeira escolha nos pacientes com lesões severas e fenótipo penetrante. Contudo, estão associadas ao aumento do risco de infecções graves, como a TB. Sua reativação pode ocorrer após uso de anti-TNF, sendo mais frequente nos primeiros meses após início de tratamento, motivando a sua interrupção. O comportamento da TB pode ser atípico e o manejo pode cursar com efeitos adversos, como hepatoxicidade colestática medicamentosa. A escolha da terapia deve ser considerada de acordo com perfil de segurança, sendo Ustequinomabe relacionado a taxas mais altas de remissão clínica em refratários a anti-TNF.

Comentários finais

Comentários finais: É de extrema importância o rastreio de infecções, acompanhamento clínico e laboratorial. Mesmo em pacientes com triagem negativa para TB, a vigilância cuidadosa é fundamental para diagnóstico precoce e tratamento adequado. Não postergar o início da terapia precoce contribui para menos recaídas e melhora da qualidade de vida.

Palavras-Chave

Área

Gastroenterologia - Intestino

Autores

Águeda Maria Ferreira Miranda, Carlos Eduardo Brandão Mello, Marcia Lyrio Sindorf, Evelyn Sayuri Simabuguro Chinem