Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANÁLISE DAS COMPLICAÇÕES DE PACIENTES SUBMETIDOS A COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA (CPRE) EM UM HOSPITAL SECUNDÁRIO- HOSPITAL MUNICIPAL ANTÔNIO GIGLIO- OSASCO/SP.
Introdução
A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) se tornou indispensável no manejo das doenças que envolvem as vias biliares e pâncreas. Assim como todo procedimento invasivo, não é isenta de riscos que podem ocorrer durante ou após sua execução, podendo ser potencialmente graves. Frente a isto e, somado aos avanços nos métodos de imagens como a colangioressonância e ultrassom endoscópico, seu papel terapêutico tem direcionado suas indicações levando-se em conta sempre a estrutura do serviço onde é executada.
Objetivo
Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à CPRE correlacionando com a incidência geral de complicações.
Método
Estudo de coorte, retrospectivo, realizado por meio de levantamento de prontuários dos pacientes submetidos à CPRE no período de fevereiro de 2020 a agosto de 2021.
Resultados
Durante o período avaliado, 82 pacientes realizaram CPRE, destes, 56 mulheres (68,3%) e 26 homens (31,7%) com média de idade de 41,5 anos (Desvio padrão 23,5). A indicação mais comum foi síndrome colestática não litiásica, encontrada em 30 pacientes. Pacientes com pancreatite aguda de origem biliar resolvida aparecem em segundo lugar com 29 casos e, por último, coledocolitíase já com diagnóstico firmado por outro método de imagem (22 pacientes). Um total de 48,8% dos pacientes apresentou alguma comorbidade associada, sendo a hipertensão arterial a mais comum, presente em 20 (24,4%) pacientes. O risco relativo (RR) de complicações na CPRE em pacientes com comorbidade mostrou-se 1,18 vezes maior em relação aos hígidos avaliados. Dentre todos os exames realizados, as complicações estiveram presentes em 17 pacientes (20,7%), sendo a grande maioria com quadro de pancreatite aguda pós procedimento (10 casos - 7,3%) seguido de sangramentos (4 casos - 4,9%). Observou-se ainda que as complicações foram mais presentes entre as mulheres. Contatou- se que a terapêutica mais realizada foi a papilotomia ampla (53 pacientes), seguida de inserção de prótese (10 casos). A CPRE foi terapêutica em 100% dos casos de coledocolitíase diagnosticada e em apenas 46 (77,9%) dos pacientes com pancreatite aguda biliar resolvida e síndrome colestática de etiologia indefinida.
Conclusões
O perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à CPRE bem como as complicações avaliadas em nosso hospital é semelhante a outros estudos descritos na literatura. Observamos um número considerável de exames diagnósticos não terapêuticos, no entanto, há que se considerar a estrutura e disponibilidade de recursos em questão.
Área
TCC – Centro de Treinamento - Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada
Autores
Paula de Julio Matheus, Alex Ingold, Rafaela Ramos Araújo, Giovanna Riccitelli do Couto, Gustavo Costa Bringel, Carolina Analy Franco, Rodrigo Porphirio Sant'Ana