XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA ESPINOCELULAR DE ESÔFAGO COMO ACHADO INCIDENTAL EM PRÉ OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA

Apresentação do Caso

No Brasil, estima-se que a incidência do câncer de esôfago tenha sido de cerca de 22.000 novos casos entre 2018 e 2019. Neste contexto, o trabalho apresentou um estudo de caso relacionado ao carcinoma espinocelular, principal tipo histológico de câncer de esôfago. Para isso, a Paciente R.S.D., 53 anos, sexo feminino, tabagista e portadora de obesidade (IMC = 41,7 kg/m2), iniciou protocolo pré-operatório para a efetivação de cirurgia bariátrica em bypass gástrico.

Discussão

Na ocorrência da endoscopia digestiva alta pré-operatória, identificaram-se lesões erosivas (com extensão de 35 mm), bem como uma lesão vegetante, ulcerada, de cerca de 10 mm de diâmetro, ambas em terço distal do esôfago. A lesão foi excisada por via endoscópica e enviada para exame anatomopatológico, que resultou na identificação de um carcinoma espinocelular estádio T1N0M0. Sabe-se que este tipo de câncer é predominante no sexo masculino e expressivamente maior em nações subdesenvolvidas, variando de acordo com etnia (predominante em negros e asiáticos), hábitos de vida e predisposição genética. Vale ressaltar que o tabagismo e a obesidade constituem fator de risco independente para o desenvolvimento de neoplasias. As manifestações clínicas mais comuns em pacientes com carcinoma espinocelular são disfagia, êmese persistente, odinofagia, pirose retroesternal, dor torácica e perda ponderal não intencional. O diagnóstico é suspeitado pelo quadro clínico e endoscopia digestiva alta, e confirmado pela histologia. Uma vez diagnosticada, a patologia deve ser estadiada, a fim de se firmar uma estratégia adequada de tratamento. Embora o tratamento cirúrgico se constitua como a principal terapêutica, intervenções neoadjuvantes também podem ser empregadas em tumores mais avançados. A cirurgia consiste na ressecção da área acometida pelo tumor, dos linfonodos regionais e na reconstrução do trânsito do trato digestivo.

Comentários finais

Devido ao estádio inicial da neoplasia e o contexto de obesidade grau III, a paciente foi submetida a uma esofagectomia distal, gastrectomia total, linfadenectomia locorregional e Y de Roux com alças biliar e alimentar, ambas medindo 1,50 m. Evoluiu bem em pós operatório, sem intercorrências ou complicações, tendo alta hospitalar e mantendo acompanhamento ambulatorial com a equipe.

Palavras-Chave

neoplasia, câncer de esôfago, cirurgia bariátrica, bypass gástrico

Área

Cirurgia - Estômago

Autores

MÁRCIO FELLIPE BEZERRA NEVES, João Victor Fernandes de Paiva, Patrícia Kelle Medeiros de Lacerda, Louise Pessoa de Araújo Guedes, João Paulo de Freitas Sucupira