Dados do Trabalho

Título

Uso de spray hemostático como ponte para terapia definitiva em HDA

Resumo

Paciente de 63 anos, sexo feminino, deu entrada no pronto socorro da cirurgia geral em 17/01/2021 por quadro de melena há 1 semana. A paciente tinha antecedente de infarto agudo do miocárdio com angioplastia de coronária em 2020 e fazia uso de AAS e clopidogrel.
À entrada, paciente se apresentava estável hemodinamicamente e com Hb de 5,6 mg/dL. Recebeu 2 concentrados de hemácias, apresentando Hb de controle de 7,4 mg/dL.
No dia 18/01/2021, realizada endoscopia digestiva alta para avaliação, sendo observada úlcera em parede posterior do antro com coto vascular visível e sangramento ativo (Forrest IA). Realizada terapia hemostática combinada com colocação de hemoclipes e injeção de solução de adrenalina a 1:10000. Mesmo após a terapia, manteve sangramento ativo e pulsátil. Sendo assim, optou-se por aplicação de spray hemostático, com bom controle do sangramento.
Devido ao caráter temporário do spray hemostático, paciente foi encaminhada à radiologia intervencionista para realização de arteriografia. O exame não revelou sangramento ativo, no entanto optou-se por embolização empírica de ramo da artéria gastroduodenal guiada por hemoclipe. Realizada embolização com 3 molas, com sucesso.
Paciente apresentou boa evolução após os procedimentos, mantendo estabilização de valores hematimétricos, recebendo alta com Hb de 7,5 mg/dL.
Realizou nova endoscopia digestiva alta em 02/02/2021 para biópsia de úlcera, a qual revelou gastrite crônica leve, sem sinais de neoplasia e a pesquisa de H. pylori resultou negativa.
Portanto, podemos observar a importância do spray hemostático como terapia de ponte para conter o sangramento até a realização de procedimento definitivo. Além disso, o hemoclipe colocado pela endoscopia também serve como tática para auxiliar a equipe da radiologia intervencionista a localizar o ponto de sangramento e realizar embolização.