Dados do Trabalho
Título
Análise do uso das técnicas de gastrostomia nas regiões brasileiras entre os anos de 2010 e 2020
Introdução
A gastrostomia consiste em um procedimento no qual há colocação de uma sonda através da parede abdominal até a luz do estômago. A sua inserção pode ser feita por via endoscópica, radiológica ou cirúrgica (laparoscópica ou aberta). Dentre a cirúrgica, a via laparoscópica se destaca por ser menos invasiva e por apresentar um melhor pós-operatório.
Objetivo
Comparar o uso das técnicas de gastrostomia, dentre elas a videolaparoscópica, nas regiões brasileiras entre os anos de 2010 e 2020.
Método
Trata-se de um estudo com dados agregados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis no DATASUS. A amostra inclui indivíduos submetidos à gastrostomia convencional e videolaparascopica nas regiões do Brasil, nos anos de 2010 a 2020. Foram avaliados os dados da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas, taxa de mortalidade, valor médio e a média de permanência.
Resultados
No Brasil, foram realizadas 84.323 gastrostomias, 46% apenas no Sudeste (38.850), sendo que desse total, 3.636 gastrostomias videolaparoscópicas ocorreram, 66,5% (2.428) delas no Sul e Sudeste. O valor médio por internação para os pacientes que realizaram gastrostomias, no país, foi de R$ 1.985,70, variando de $1.859,72, no Nordeste a R$2.736,82, no Norte. Já os procedimentos por vídeo custaram, em média, R$1.579,93. A média de permanência dos pacientes que passaram pelas gastrostomias foi de 11,1 dias durante o período. Os pacientes que realizaram o procedimento por via laparoscópica, tiveram uma média de 10,9 dias de hospitalização. Por fim, a taxa de mortalidade da gastrostomia foi cerca de 10,6% e da gastrostomia videolaparoscópica foi de 5,9%.
Conclusão
O Sudeste, região mais populosa e centro das inovações médicas e tecnológicas do país, realiza um número muito maior de gastrostomias, se comparado ao resto do Brasil. Além disso, apesar da gastrostomia videolaparoscópica possuir valor médio de internação inferior e taxa de mortalidade cerca de 50% menor do que a média das demais, que ainda são 23 vezes mais realizadas. Isso se deve ao alto custo de implementação dos equipamentos por vídeo, o que faz o procedimento videolaparoscópico possuir maior custo-benefício apenas a longo prazo.
Palavras-Chave
Cirurgia; Gastrostomia; Procedimento Videolaparoscópico.
Área
Cirurgia - Estômago
Autores
Ana Beatriz Santos Ferreira, Iasmin Oliveira Andrade, Anna Paula Matos de Jesus, Bianca Correia Cortes, Miguel Godeiro Fernandez, Blenda Martins Moreno, Gabrielle Azevedo Costa, Caroline Rosário da Silva, Flávia Shwenck Fagundes, Rafaella Cazé de Medeiros, Catarina Mendes Doria, Gabriella Coni Serra, Carolina de Oliveira Souza Casal, Luisa Moura Mascarenhas