XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Achado incidental de GIST durante laparotomia em paciente com abdome agudo - Relato de Caso

Apresentação do Caso

M.I.C.F., feminino, 72 anos, iniciou quadro de dor em hipocôndrio direito (HCD) associada a náuseas e vômitos 3 dias antes da admissão. Na admissão paciente com dor difusa em todo o andar superior do abdome. Inicialmente suspeitou-se de colecistite, sendo descartada após ecografia. Optou-se por realizar tomografia computadorizada de abdome total que mostrou uma massa em fundo gástrico, borramento peri-apendicular sugestivo de apendicite, e massa anexial a direita com característica heterogênea. Devido às alterações encontradas optou-se pela realização de laparotomia exploradora. No intra-operatório confirmou-se o diagnóstico de apendicite, e foram realizadas apendicectomia e as excisões de ambas as massas com encaminhamento para anatomopatológico (AP). O resultado do AP associado a imuno-histoquímica da lesão ovariana apresentou-se compatível com tumor de Brenner, sem critérios para malignidade. Enquanto a lesão em fundo gástrico veio compatível com Tumor estromal gastrointestinal (GIST). Na sequência a paciente foi encaminhada para o ambulatório da cirurgia oncológica, aonde foi realizado estadiamento, sem indicação de complementação de tratamento. Seguindo em acompanhamento ambulatorial atualmente.

Discussão

O diagnostico de apendicite é mais comum em pacientes adultos jovens, porém esse fator não é suficiente para descartar a hipótese diagnóstica. Já o diagnóstico de GIST é prevalente em pacientes com idade média acima de 50 anos – compatível com a idade da paciente. Alguns trabalhos mostram o diagnóstico incidental de casos de GIST, que muitas vezes é assintomático. Podendo se apresentar como um quadro de dor abdominal associada a náuseas, vômitos e leucocitose, mimetizando um caso de apendicite. Os casos de GIST estão associados à complicações pelo diagnóstico tardio, a identificação precoce é essencial para o melhor desfecho. No caso em questão, a apendicite proporcionou o diagnóstico tumoral, sua ressecção precoce, bem como a não-necessidade de complementação do tratamento – baseado em margens livres com ressecção R0, ausência de lesões adjacentes e a distância no estadiamento - usualmente realizada com imatinibe.

Comentários finais

A limitação de manifestações clínicas associadas ao GIST dificulta o reconhecimento e tratamento precoces. O presente trabalho tem a intenção de recordar da importância de se aventar essa possibilidade diagnóstica, bem como de realizar a ressecção cirúrgica sempre que possível.

Palavras-Chave

Achados incidentais, GIST, Apendicectomia

Área

Cirurgia - Miscelânea

Autores

LUÍSA ZANATELLLI BRASIL BASTOS, MARINA Luísa Zanatelli BOFF, Victoria Langer CECHIN, EMANUELY Luísa Zanatelli FREYHARDT, Jefferson Cleber De Augustinho, Amadeu Andre Soberanski, Rafael Gustavo Pucheta Boccia, Fernando Roberto Schmidt, Diego Carvalho Duarte Mari, Brenno Giovanni Hernando Vidotti, Maikele Ertel, John Carlos Claros Terrazas